[Crítica] Coringa 2019

Coringa o inimigo clássico do homem morcego e quando falo morcego estou me referindo ao Batman e não ao morcego de verdade. Embora os dois sejam mamíferos o Batman não é um morcego é apenas uma pessoa em um traje bizarro de herói.

Suas rivalidades superam a rivalidade de todos os vilões e heróis da DC Universe. Batman o maior detetive do mundo e Coringa o Maior psicopata do mundo.

Querido diario da depressão, hoje assisti o filme Coringa e me sinto mais depressivo do que antes.  É o palhaço mais sem graça que já vi.

 

Coringa ou Joker o filme.

O filme antes mesmo do seu lançamento levantou várias e várias polêmicas, sobre a anorexia do ator Joaquin Phoenix ou mesmo sobre a sua temática que diziam ser algo que nunca foi criado em outros filmes do Batman. Todas as suas aparições foram assombradas pela forma bizarra em que o seu ator dava vida ao seu personagem. Muitos dizem que seria a completa recriação do Coringa.

O que sabemos do personagem original O Coringa é retratado como um gênio do crime. Introduzido como um psicopata com um sentido de humor sádico e doentio, o personagem tornou-se no final da década de 1950 um ladrão sadico e brincalhão.

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Atenção a partir de agora começam os spoilers.

O filme começa de forma descontraída um palhaço trabalhando na Gotham da década de 70 para ganhar uns trocados, assim é retratada a Gotham City como uma cidade no meio da grande depressão americana, sofrendo com todo o desemprego causado pela depressão americana de 1973 que devastou os Estados Unidos.

Nesse contexto já podemos nos atentar para os detalhes de fotografia do filme. Os detalhes das ruas, carros, estação de metrô, ônibus, paisagem e prédios ficaram incríveis.

Gotham City

Gotham City

A partir desse momento começamos a deduzir qual vai ser a temática do filme. Vemos um palhaço tentando fazer seu trabalho enquanto é roubado por moleques de rua e em sua perseguição ainda é emboscado e humilhado.

Palhaço tentando fazer seu trabalho

Palhaço tentando fazer seu trabalho

E esse é o estopim para uma série de desventura na vida desse palhaço, como por exemplo a perda do seu emprego.

Essa atuação é tudo isso que falam?

O que mais chama a atenção nesse filme é a atuação de Joaquin Phoenix em seu papel como Arthur. Até então apenas mais um desafortunado palhaço que tenta cuidar da sua mãe doente da maneira que pode. Um personagem que sofre claramente de vários sintomas e distúrbios mentais. Um ser visivelmente perturbado e depressivo.

Ao primeiro contato com esse personagem você sente pena de toda a sua bizarrice, quando o vemos em sua casa com a sua mãe é impossível não notar a figura freak que vemos diante de nós. Um atípico ser humano bizarro que parece não pertencer a nenhum lugar no mundo. Que em alguns momentos ele se sentia no direito de sonhar, como uma pessoa normal faria, mas sempre foi muito fraco em tentar realizar os seus sonhos.

Esse é Arthur.

Esse é Arthur.

Esse é Arthur.

Um ser que sofre de uma risada esquizofrênica crônica, que quando começa a sorrir não consegui mais parar, além é claro ser sempre humilhado por todos a sua volta. Afinal meu amigo estou narrando o famoso complexo de vira lata. Onde você nunca é bom pra nada porque é um franco e a sociedade é as pessoas ao seu redor são culpadas por todo os seus desalentos na vida.

Pobre Arthur.

Arthur o sorridente

Arthur o sorridente.

O filme trás todo esse sentimento de descontentamento que as pessoas têm por terem sido injustiçadas no mundo o sentimento de revolta. Aquele sentimento que te faz sentir pena do pobre injustiçado Arthur porque ele não merece essa vida infeliz que leva. Ele é apenas mais um incompreendido no mundo e que não teve oportunidades. Algo que é comumente utilizado hoje para poder justificar praticamente qualquer coisa.

O famoso complexo de vira lata.

Mas e sobre o enredo do filme? O filme é apenas o diário da depressão ou tem mais alguma coisa?

O enredo do filme é malicioso e não é nada original, na verdade foi bem previsível e em alguns momentos já percebemos como o filme vai se desenrolar.

Eu sou o seu pai.

Eu sou o seu pai.

Eu sou o seu pai.

Quando me lembro de como foi clichê a cena onde eles tentam relacionar a mãe de Arthur a atriz Frances Conroy como Penny Fleck com a família Wayne dizendo que Arthur é filho do Senhor Thomas Wayne sendo interpretado por Brett Cullen.

Fiquei abismado com a crueldade dos roteiristas, em uma cena do filme Artur vai à mansão Wayne para tentar conversar com Thomas Wayne por acreditar que Thomas Wayne possa ser o seu pai e se depara como o jovem Bruce interpretado por Dante Pereira-Olson em uma tentativa criada pelos roteiristas para poderem introduzir o Coringa ao jovem Bruce Wayne.

Para que o jovem Bruce possa se lembrar daquela cena para o resto de sua vida em que Arthur estrangula o seu segurança, sendo que isso provavelmente vai ficar marcado na vida de um jovem garoto de 6 a 7 anos de idade. Fizeram isso obviamente para ter um gancho emocional para poder ser explorado em futuros filme do Batman ou Coringa.

Para que o Bruce possa ter uma imagem nítida do Coringa em sua infância. Uma foto de toda a sua psicopatia na infância.

Claro que isso não é tudo sobre o roteiro, nos últimos minutos de filme, onde Arthur já como Coringa dentro de um carro de Polícia sofre um acidente ficando inconsciente. E nesse exato momento uma pessoa usando uma máscara de palhaço atira e mata a família Wayne deixando apenas o jovem Bruce.

Para mim essa foi a pior parte de todo o filme. Pois isso cria a prerrogativa que Coringa é inocente e que futuramente o Batman é que será o vilão. Pois essa cena do Coringa inconciente no acidente o inocenta de todas as suas atrocidades e coloca o Morcego no banco dos réus como o perseguidor do incompreendido Coringa, que sofre injustamente uma perseguição do Batman.

Pegando Carona pra casa.

Pegando Carona pra casa.

Uma verdadeira inversão dos papéis colocando o Coringa como um coitado mal compreendo e que teve suas razões para ser um criminoso pois a sociedade nunca o privilegiou o levando a ter que se defender de toda a maldade do mundo. Não restando nada a não ser o desejo de se revoltar contra o sistema. Virando um assassino pisicopata.

Enquanto Bruce Wayne como Batman vai ser lembrado apenas como o perseguidor do Coringa o injustiçado da sociedade que não teve nada a ver com a morte dos pais de Bruce Wayne. O qual Batman o cavaleiro da justiça o ataca inocentemente por algo que ele não fez.

Essa inversão dos valores é para variar mais uma visão marxista da realidade onde o indivíduo é levado a pensar que ele é sempre uma vítima da sociedade e que a culpa pelo seu fracasso é por causa dos outros e nunca por suas próprias ações e atitudes.

Por último e não menos importante.

O filme é muito bem fotografado, os cenários do filme e toda ambientação é muito bem feito. A trilha sonora é impecável, nos permite sentir a angústia do ator e em certos momentos como também ajuda a contar essa história.

A atuação do Ator Joaquim Phoenix é brilhante realmente ele deu vida ao personagem com toda a sua esquizofrenia.

Mas devo avisar que o filme não é sobre o Coringa um assassino psicopata, mas sim, sobre um terror psicológico criado em cima de um personagem já existente em uma tentativa de justificar toda a psique do indivíduo. E de forma bizarra humanizar toda a sua crueldade desumana. Que por sinal ficou muito bem interpretada.

Algumas imagens que eu achei interessante Coringa 2019.

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