Google fechando Estúdios do Stadia significa o fim de jogos em streaming?
Vamos falar um pouco sobre o serviço Stadia do google e streaming de jogos.
Para quem não sabe o Stadia ou Google Stadia é a plataforma de jogos da Google via streaming. Popularmente chamada de Videogame do Google, ela reproduz jogos por serviço de nuvem de uma forma parecida com o que a Netflix faz com seus filmes e séries. Sendo assim, não será preciso ter um console para rodar os títulos, apenas uma boa conexão com a internet. A grande vantagem do serviço é permitir que os jogadores executem os games em diversos dispositivos, como celulares, tablets, TVs e PCs, estes últimos sem a necessidade de downloads, apenas utilizando o navegador. O Stadia conta com um controle que pode ser utilizado em PC, tablets e TVs. Ele foi prometido com as funções como captura de tela, transmissão de jogos e possibilidade de pedir dicas de um determinado título para outros jogadores em tempo real. Ele chegou nos EUA, Europa e Canadá ainda em 2019. Em terras Brasileiras o serviço até agora não chegou, e pelo andar da carruagem, não parece que vai chegar tão cedo em terras tupiniquins.
Quando o serviço foi anunciado, parecia a revolução dos videogames, eu pessoalmente, acho que será o futuro dos videogames, ou pelo menos, o que vai prevalecer. A Google então estava como sempre, tentando ficar na frente dos concorrentes lançando um produto totalmente digital só que logo de cara os problemas começaram a aparecer. Jogos digitais do Stadia com o mesmo valor lançado para um console “Normal” (pense que você compra um jogo digital para um videogame que também é digital), problemas na qualidade de transmissão dos jogos e uma pequena latência nos comandos fez pensar que o Google não entendeu bem o perfil do mercado consumidor gamer ou seja o publico alvo que ela queria conquistar como consumidor do seu serviço.
Somado a isto anúncios de funcionalidades prometidas lá no seu lançamento, não se tornaram realidade até hoje. Como exemplo a funcionalidade de interatividade com o YouTube da própria empresa, para ajudar streamers ou mesmo apenas canais de vídeos para conteúdo gamer. Então sua fama como plataforma de games mal planejada, cara e faltosa de recursos, deixou o serviço no limbo, o que atrapalhou até mesmo na reputação de melhorias que vieram depois. Para você ter uma ideia, o jogo Cyberpunk 2077, que levou fama por rodar terrivelmente em plataformas caseiras, foi elogiada no Google Stadia por analistas, mas isto não foi suficiente para retirar o serviço da péssima fama que recebeu.
Retornando a questão dos fechamentos dos estúdios, foi divulgado na internet que o Google estava fechando dois estúdios responsáveis por desenvolver jogos exclusivos para sua plataforma (Stadia Games and Entertainment (SG&E)) e desta forma em torno de 150 funcionários perderiam seus empregos. O Google não confirmou esta informação até a escrita deste artigo, mas fez um movimento em direção as publishers para decidirem como eles vão vender seus jogos na plataforma ao invés deles oferecerem o produto Stadia Pro onde o consumidor pagaria um valor além para ter acesso a alguns jogos a mais. Então quer dizer que o Stadia vai acabar? Claro que não, ele apenas não vai ter os exclusivos projetados inicialmente.
Outra informação divulgada pelo google fala que o Stadia agora é uma plataforma para os parceiros do Google. Isso sugere que o Google percebeu uma verdade importante: o Stadia, como tantos outros negócios do Google, é aquele em que você não é o cliente. Os clientes pagantes, se o Google pode obtê-los, são os próprios editores de jogos e possivelmente ISPs que gostariam de entregar um pacote de jogos. Algo semelhante a pacotes de TV a cabo.
O Chefe por trás do projeto, Phil Harrison, define o Stadia como uma “plataforma de tecnologia para parceiros da indústria” – o que me sugere que ele está falando sobre transformar o Stadia em um serviço de jogos em nuvem de marca branca (O conhecido modelo White Label). Se você tem seguindo as empresas de jogos em nuvem, sabe que a “etiqueta branca” não é uma ideia nova – é assim que as plataformas de jogos em nuvem funcionaram desde o início. O lance para o serviço de streaming de jogos OG Gaikai, anos antes de a Sony transformá-lo no PlayStation Now, era vender produtos de empresas como a Electronic Arts em racks de hospedagem de servidores dedicados que transmitiam demos grátis e instantaneamente acessíveis de seus jogos da nuvem.
Esta característica de pioneirismo de novos produtos deu ao google a fama de que algo novo deles não dura 2 anos. Assim a fama de “Subiu nos teclados” do Stadia não é algo assim tão inesperado por investidores. Assim o futuro dos jogos em nuvem esta comprometido? Claro que não nobre leitor. Além do Google temos a Amazon com seu serviço de games em nuvem LUNA, mas ainda de forma experimental. Outro, e a favorita, é o Microsoft xCLOUD. Falo de favorita no sentido de dar mais certo pois o serviço da MS já esta atrelado a seus produtos. No pc Windows e em outros dispositivos a sua escolha será possível jogar apenas pagando o serviço Game-pass já consolidado da empresa e nada mais. Dentre tudo isto termino aqui podendo afinar. A empresa de games que não estiver fazendo movimentos para streaming pode estar fadada a ficar para trás no mercado.
Cara sou um entusiasta desse tipo de tecnologia. Acredito que o plano dessas empresas como google, amazon, Microsoft é ter uma plataforma multijogos de alta qualidade sem ter que depender de consoles isso diminuiria o custo de ter que produzir e vender consoles e seria acessível por assinatura. A margem de lucro seria maior tanto para quem desenvolveu os jogos quanto pra quem distribui os jogos. Por isso acho que em futuro próximo será bem comun esse tipo de serviço.