Gestalt: Steam & Cinder: Primeiras Impressões deste Metroidvania
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Recebi a oportunidade de testar o game Gestalt: Steam & Cinder na versão Steam. Ainda estou jogando, mas posso adiantar as minhas primeiras impressões. Antes de começar, preciso ser sincero: já faz um bom tempo que não inicio um game ou faço algum tipo de review, por isso, não tome este artigo como críticas definitivas, mas apenas como minhas primeiras impressões.
Desenvolvido pela Metamorphosis Games e com produção executiva das personalidades do mundo dos jogos Jesse Cox e Dodger, Gestalt: Steam & Cinder convida os jogadores a liberar sua chama interior como Aletheia, uma mercenária de elite de Steam City em Canaan, para uma aventura totalmente nova inspirada nos Metroidvanias e RPGs de ação clássicos. Publicado pela Fireshine Games, Gestalt mergulha os jogadores em um elaborado mundo movido a vapor enquanto embarcam em uma emocionante missão para reconstruir o futuro da humanidade.
Gestalt é Metroidvania RPG steampunk em pixel art, e seu design é lindíssimo. Jogar proporciona uma sensação maravilhosa; confesso que morri várias vezes por prestar atenção demais nos cenários e nos detalhes. Os desenvolvedores tiveram um trabalho hercúleo no design deste game, e acredito que só por isso já vale a pena jogar.
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O jogo também cria uma atmosfera imersiva. Nas 6 horas de jogatina, com muitas mortes, Gestalt trouxe um alinhamento de lore situando os acontecimentos que presenciamos dentro do jogo. As cutscenes ajudam a ilustrar a história de fundo que conduz nossa narrativa, e isso é maravilhoso.
Claro que não posso deixar de comentar um aspecto que sempre me chamou a atenção nos trailers: Gestalt é o Zero da Franquia Mega Man X? Os aspectos e movimentos do personagem parecem inspirados no personagem da Capcom. A personagem do jogo lembra muito o Zero de Mega Man X4, tanto nos saltos quanto na forma de atirar. Fora as cores e animação do personagem. Não sei se há alguma inspiração direta, mas se houver, beberam de uma boa fonte.
Vamos falar agora da experiência de jogo controlando a personagem.
Nota: Joguei a versão Steam com o Steam Deck. O jogo é 100% localizado para o português brasileiro. Os controles são 100% compatíveis com Steam Deck ou XBOX, e o jogo roda a 60 frames constantes. Iniciou rapidamente sem quedas de frames até o momento.
Iniciamos o jogo com Aletheia, uma mercenária de elite de Steam City em Canaan. O jogo faz uma breve introdução dos acontecimentos com cutscenes lindíssimas e então começamos a jogar. No início, senti uma certa estranheza com os controles, achando o pulo muito longo e sentindo falta de um dash, já que estava pensando no personagem Zero de Mega Man X. Somos levados por tutoriais enquanto derrotamos alguns inimigos fracos e começamos a nos acostumar com os controles. Os ataques exigem precisão e exibem animações belíssimas. O jogo introduz a espada como ataque principal, onde ao pressionar continuamente realizamos um combo. Há também uma arma que inicialmente é inútil que atira projéteis, um disparo e uma esquiva ou rolagem que compõem a mecânica principal.
Como todo Metroidvania, ao progredir no mapa ele vai se abrindo, evidenciando áreas que só podemos acessar após adquirir habilidades específicas. Novamente, os detalhes dos cenários e inimigos são lindíssimos.
Os controles são ergonômicos e há uma barra de stamina, acredito que para balancear os combos, evitando combos infinitos e o uso contínuo da esquiva. Isso faz com que o uso da esquiva, rolagem e ataque seja mais preciso.
O jogo inicialmente nos engana colocando inimigos muito fracos, mas conforme abrimos o mapa e novos inimigos aparecem, a dificuldade aumenta. A mecânica de esquiva e rolagem se torna essencial para derrotar inimigos. Existem inimigos tanques que conseguem impedir a rolagem e também se defendem e contra-atacam, trazendo um novo desafio para quem está acostumado com metroidvanias clássicos. Esses inimigos têm uma defesa muito alta e causam muito dano com contra-ataques. O ideal é não atacar quando eles estão se defendendo. A combinação de um inimigo tanque com outro inimigo ofensivo pode ser fatal, exigindo estratégias para derrotá-los.
A luta com o primeiro chefe foi criativa. Não esperava a luta e quando aconteceu, mostrou-se bem desafiadora. Morri algumas vezes para esse chefe, pois estava tendo dificuldades em realizar as rolagens em alguns momentos, mas isso é compreensível inicialmente. A jogabilidade varia para cada inimigo; alguns exigem ataques rápidos, enquanto outros demandam misturar ataques com esquivas rápidas, ensinando o jogador a ter um senso de estratégia e a respeitar os inimigos no jogo.
Adorei a jogabilidade básica de ataques e esquivas, exceto com a arma. O controle para ativar a arma é ruim, inviabilizando seu uso em combate. Acredito que preciso evoluir a arma e a árvore de habilidades primeiro. Até o momento, segurar para atirar demora muito tempo, assim como usar um item, já que o combate continua enquanto fazemos essas mudanças. Isso torna recuperar energia arriscado, assim como usar a arma devido à lentidão e ao número limitado de tiros.
A arma é uma técnica secundária que ajuda em alguns puzzles de plataforma, mas a forma de ativá-la é lenta, o que é um problema em um jogo rápido.
Outra coisa que não gostei foi o menu do game. A navegação é complexa e acredito que poderia ser simplificada. A navegação nas abas na versão Steam é irritante, sendo necessário usar os botões de ombros e mesclar com outros controles. Dentro desses menus, há submenus de difícil acesso. Todas as vezes que mexo no menu, gasto muito tempo tentando lembrar como ativar e navegar entre os itens e equipamentos. Acho que poderiam ter criado um menu mais simples.
Outra questão relacionada aos submenus é a árvore de habilidades. Encontrar essa opção foi uma experiência negativa. Isso se reflete no mapa do game, cujo acesso achei chato. Poderiam ter criado um minimapa. Precisamos do mapa para nos orientar enquanto evoluímos no jogo. Tem funcionalidades de marcação de pontos no mapa, mas senti falta de um minimapa.
No geral, tirando essas questões de menu, o jogo traz muito da experiência clássica de um Metroidvania misturado com novos conceitos de jogos como Soul-like, com mecânicas limitadas que forçam o jogador a encontrar outras formas de lidar com os inimigos. O game mescla bem a mistura de RPGs clássicos com o Metroidvania, oferecendo aprendizado de novas habilidades, desafio e evolução constante. Há muitas coisas para fazer no jogo, como quests, evolução de equipamento e armas, melhorias e buffs, o que dá ao jogo muita diversidade.
Se você é fã de Metroidvania, definitivamente precisa jogar esse game. Estou jogando ainda, e até o momento me divertindo bastante.
Prós:
- Design lindíssimo em pixel art.
- Atmosfera imersiva.
- Animações e cutscenes bem elaboradas.
- Jogabilidade estratégica que exige precisão.
- Combinação de elementos clássicos de Metroidvania com novos conceitos.
- Localização completa para o português brasileiro.
- Rodagem suave e controles ergonômicos.
Contras:
- Complexidade excessiva no menu e submenus.
- Controle ruim para ativar a arma, tornando-a pouco útil em combate.
- Falta de um minimapa, dificultando a navegação.
- Primeiros inimigos muito fáceis, causando uma falsa sensação de segurança.
Sobre a Fireshine Games
A Fireshine Games é uma editora global de videogames digitais e físicos com sede em Londres, Inglaterra. Originalmente criada em 2014 com o nome Sold Out, a Fireshine Games trabalha com gigantes dos estúdios, como Team 17, Rebellion e Frontier Developments, além de apresentar novos estúdios de desenvolvimento independentes ao mundo, como Pugstorm, Stonewheat & Sons, Spiral Circus, ColePowered Games e muitos outros – publicando para distribuição física e digital. A Fireshine também faz parte do grupo de empresas EG7. Para obter mais informações sobre a Fireshine Games e seus próximos títulos, visite o site oficial em fireshinegames.co.uk.
Jogo está disponível na página de Steam.
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