O Fracasso do PS Vita: Por Que Ele Não Teve o Sucesso do PSP? Ex-chefe do PlayStation Abre o Jogo
Shuhei Yoshida compartilha as “múltiplas razões” pelas quais o PlayStation Vita não decolou como o PSP
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O PlayStation Vita, lançado em 2011, tinha tudo para ser um grande sucessor do PSP. Com um design avançado, capacidades gráficas impressionantes e promessas de integração com o PlayStation 4, o Vita parecia destinado ao sucesso. No entanto, como revelou Shuhei Yoshida, ex-presidente da PlayStation, o console enfrentou “múltiplos motivos” que limitaram sua performance no mercado. Neste artigo, vamos explorar os desafios do Vita, os aprendizados da Sony e o que o futuro reserva para a marca.
O Fracasso do PS Vita: Por Que Ele Não Teve o Sucesso do PSP?
O PS Vita: Sucessor do PSP e os Motivos de Seu Fracasso Comercial
Em sua primeira entrevista após deixar a Sony, Shuhei Yoshida — que liderou os estúdios de desenvolvimento first-party da PlayStation de 2008 a 2019 — falou ao Kinda Funny sobre os motivos do desempenho abaixo do esperado do PS Vita.
Decisões Técnicas Problemáticas
Yoshida destacou várias escolhas técnicas que contribuíram para o fracasso do PS Vita, incluindo o uso de cartões de memória proprietários. “Os cartões de memória dedicados foram um erro, porque obrigavam os usuários a gastar mais dinheiro para adquiri-los”, disse.
Outro ponto polêmico foi o painel traseiro sensível ao toque. “O painel traseiro não era necessário. Algumas equipes criaram protótipos incríveis que enganaram a todos, fazendo parecer que seria uma ótima ideia. Mas, no fim, o painel traseiro apenas aumentou o custo do hardware”, explicou Yoshida.
Apesar dos custos adicionais, ele elogiou a tela OLED do PS Vita, chamando-a de “linda”. No entanto, criticou a remoção da saída de vídeo do modelo de consumo. “No kit de desenvolvimento, havia uma saída de vídeo que permitia conectar o Vita a uma tela para criar jogos. Mas a equipe de hardware decidiu remover essa função para economizar alguns centavos na produção”, lamentou.
Falta de Recursos e Concorrência Interna
Yoshida apontou que a maior razão para o desempenho ruim do PS Vita foi a falta de recursos para sustentar dois consoles ao mesmo tempo. O Vita foi lançado no final da geração do PS3, dois anos antes da chegada do PS4.
“Precisávamos dividir nossos esforços e recursos entre duas plataformas, e simplesmente não tínhamos equipes suficientes para dar suporte ao PS Vita e aos consoles de mesa simultaneamente. Tivemos que priorizar o PS3 e, depois, o PS4, o que nos forçou a cancelar vários projetos para o Vita”, explicou.
A Comparação com o Sucesso do Nintendo Switch
Aspecto | PSP | PS Vita |
---|---|---|
Biblioteca de Jogos | Diversificada e popular | Limitada, especialmente no Ocidente |
Inovação Tecnológica | Revolucionário para a época | Gráficos avançados, mas subutilizados |
Adoção do Público | Sucesso global | Adoção restrita a nichos |
Yoshida elogiou a abordagem da Nintendo com o Switch, que combinou o desenvolvimento de consoles de mesa e portáteis em um único dispositivo. “A Nintendo sempre foi muito forte no mercado de portáteis, mas enfrentava dificuldades com consoles. Com o Switch, eles uniram todos os seus recursos em um único hardware, o que foi um grande diferencial”, analisou.
Reflexões sobre o Futuro dos Portáteis
Yoshida também comentou sobre o PlayStation Portal, dispositivo de streaming lançado em 2023. Inicialmente cético, ele se surpreendeu com a boa recepção e vendas do produto. “Eu pensei: ‘Quem vai querer isso?’. Lembro de dizer à equipe que o único jeito de o PS Portal ser bem-sucedido era vendê-lo por US$ 199… e foi exatamente o que fizeram.”
Em relação a futuros consoles portáteis, Yoshida se mostrou entusiasmado com dispositivos no estilo Steam Deck. “Adoro essa categoria de PCs portáteis. Ficaria muito empolgado se a PlayStation lançasse algo assim. Mas, pessoalmente, acho que gerenciar duas plataformas diferentes ainda não é uma boa ideia, mesmo com a PlayStation sendo muito maior hoje do que na época do PS3.”
Fonte: VideoGamesChronicle.
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