O nível de pressão sobre Bob Iger, CEO da Disney, acaba de subir consideravelmente. Semelhante aos enredos clássicos dos filmes da Disney, um possível antagonista ressurge com um novo plano. Neste caso, a ameaça se apresenta na forma do investidor ativista Nelson Peltz, que se tornou um adversário pessoal do CEO Iger.
Peltz, à frente da administração do fundo de hedge Trian Fund Management, tem vindo a aumentar a sua participação na Disney ao longo dos últimos meses. Sua posição atual engloba cerca de 30 milhões de ações, avaliadas em mais de US$ 2,5 bilhões, e há relatos de que ele pretende buscar várias cadeiras no conselho administrativo. Estas informações foram reportadas pelo Wall Street Journal no domingo passado.
Este desenvolvimento representa uma continuação da primeira batalha por procuração travada pelo bilionário Peltz contra a House of Mouse, que chegou a um acordo em fevereiro, resultando em redução de custos e na demissão de aproximadamente 7.000 funcionários da Disney.
“Na época, Peltz expressou: ‘Desejamos o melhor para Bob, para esta equipe administrativa e para o conselho’, em uma entrevista à CNBC. ‘Estaremos observando. Estaremos torcendo.'”
No entanto, se ele estava assistindo, é provável que não tenha ficado satisfeito com os resultados. Desde que o preço das ações da Disney atingiu seu pico anual em fevereiro, chegando a cerca de US$ 113 por ação, ele sofreu uma queda de mais de 25%, agora avaliada em cerca de US$ 84 por ação.
Então, qual poderia ser o objetivo de Peltz desta vez? A Trian se recusou a comentar, e Peltz não revelou um plano específico. No entanto, se ele seguir sua estratégia comum de eliminação de ativos em declínio e foco no aumento dos lucros, é provável que isso resulte em um pedido para que a Disney seja desmembrada.”
As outras redes lineares da ABC e da Disney, como FX e Disney Channel, podem estar entre as primeiras a serem desmembradas. Embora Bob Iger já tenha considerado a ABC como a joia da coroa da Disney, ele aparentemente levantou a possibilidade de vender a ABC desde a conferência de Sun Valley no início deste ano. Na ocasião, ele mencionou que essas redes ‘podem não ser essenciais’.
A ESPN também pode ser alvo de desmembramento. Embora Iger tenha sido cauteloso ao discutir qualquer possível venda da rede esportiva, é inegável que ela seja um ativo atrativo para potenciais compradores, especialmente para empresas de tecnologia, como a Apple.
“Isso preencheria todas as lacunas. E eles têm um desejo por conteúdo esportivo ao vivo – isso poderia se tornar um grande motor de crescimento”, afirmou Dan Ives, analista da Wedbush Securities, em entrevista ao Insider no mês passado. “Acredito que não seja uma questão de ‘se’, mas ‘quando’ a Apple adquirirá a ESPN.” A Apple não comentou as especulações e não respondeu a um pedido de comentário para esta matéria.
Caso ocorra a desmembramento, o que permanecerá serão os estúdios de cinema, os parques e as plataformas de streaming da Disney – três segmentos de negócios que Iger destacou como impulsionadores do maior crescimento e criação de valor nos próximos cinco anos.
Para um acionista como Peltz, o objetivo dessas medidas é melhorar o valor das ações e assegurar que a Disney mantenha o plano de pagamento de dividendos.
Além disso, alguns analistas acreditam que uma possível separação pode ser uma estratégia sólida. Peter Csathy, um consultor especializado em fusões e aquisições no setor de mídia, comentou ao Insider no mês passado: ‘Quando uma ação está enfrentando pressões como a Disney tem enfrentado, é necessário considerar a venda de ativos essenciais e preservar o capital’.
Até o momento, a Disney não emitiu comentários em resposta ao pedido do Insider.
Fonte:Businessinsider