Meu primeiro contato com a franquia da Disney foi o jogo lançado em 1993 para o Sega Mega Drive baseado no filme em animação de Aladdin.
Aproveitando do maior poder de processamento do console e uma equipe “oficial” da Disney(já que a versão de super Nintendo foi desenvolvida por outra equipe) o jogo do mega foi mais fiel ao filme. A experiência do jogo me fez assistir ao filme e segue basicamente a história da animação.
Na história do novo filme, Aladdin (Mena Masoud) é um jovem ladrão que vive de pequenos roubos em Agrabah. Um dia, ele ajuda uma jovem a recuperar um valioso bracelete, sem saber que ela na verdade é a princesa Jasmine (Naomi Scott). Aladdin logo fica interessado nela, que diz ser a criada da princesa. Ao visitá-la em pleno palácio e descobrir sua identidade, ele é capturado por Jafar (Marwan Kenzari), o grão-vizir do sultanato, que deseja que ele recupere uma lâmpada mágica, onde habita um gênio (Will Smith) capaz de conceder três desejos ao seu dono.
Pode se afirmar que o live-action atualiza a história do filme/animação original o deixando mais ágil e dando protagonismo a personagens antes secundários na trama.
Por exemplo, já nos primeiros minutos do filme, Aladdin conhece Jasmine. É por falar em Jasmine, ela é um dos personagens que ganha mais destaque na trama em relação ao material original. Ela foi empoderada, lidando com aspectos políticos. Na maioria de filmes Disney a princesa possui o protagonismo, poucos filmes Disney têm um “homem” retratado como protagonista. Além de Aladdin, lembro somente de Hércules. É exatamente em Aladdin, que se encontra um dos grandes problemas do filme. O ator que o da vida não é carismático, não consegue entregar a malandragem que o personagem deveria passar ao publico e que acaba gerando uma química rasa entre o casal, ficando até forçado.
Um acerto e erro do filme é o gênio interpretado por Will Smith. Quando em CGI o gênio fica com um aspecto muito FAKE, mas melhora quando em “carne e osso”.
É impossível não comparar o personagem com o original interpretado em voz pelo saudoso Robin Williams. Mais versátil e com mais improvisos na animação, se for para escolher prefiro o original.
Não significa que o gênio de Smith não brilhe no filme, as partes que ele canta são as melhores. As músicas são as originais com algumas atualizações. A experiência de Smith como cantor deve ser levada em conta.Por estes motivos é até fácil Smith se destacar, já que os novos atores são inexperientes. E por falar em novos, o vilão Jafar é um ator novo, não entrega um vilão com uma trajetória vilanesca acumulada. Muito ruim em sua atuação. Até mesmo seu parceiro de crime, o papagaio Iago, é mal aproveitado. Deixando muito a desejar. Voltando ao gênio, esperava mais brincadeiras e maluquices com a cultura pop. Algo muito presente no gênio original de Williams. Não que não exista, mas é muito limitado, sendo um desperdício de algo que poderia ser muito bem aproveitado.
O filme é exagerado em determinadas partes, por exemplo, quando a Aladdin faz seu primeiro desejo, querendo virar príncipe para ter chance de se casar com a princesa. A entrada dele parece até filme de Bollywood. Muito indiano para um filme que deveria retratar a cultura Persa e que ao mesmo tempo, quer ser mais “ocidental”.
Pelo protagonista Aladdin ser interpretado por um ator pouco carismático, muito contido, malandragem pouco explorada para um “ladrão” e um vilão medíocre recomendo você assistir em Blu-ray ou quando sair para alguma mídia.