Índice
- Um novo polo cinematográfico com identidade texana
- Como funcionam os incentivos ao cinema no Texas?
- Requisitos e restrições do programa
- Apoio político e da indústria do entretenimento
- Críticas de dentro e fora do Partido Republicano
- Comparação com outros estados
- Próximos passos e possíveis desdobramentos
- O que você acha?
A indústria audiovisual pode estar prestes a ganhar um novo epicentro nos Estados Unidos: o Texas. A Câmara dos Representantes do estado aprovou com ampla maioria o Projeto de Lei do Senado 22 (SB 22), que destina US $ 300 milhões de dólares em incentivos ao cinema e à televisão o que seria por volta de 1 bilhão e 700 milhões de reais (R$ 1.706,07 Bi) a cada dois anos, ao longo da próxima década. A medida representa um esforço direto para transformar o Texas em uma alternativa cultural e econômica à tradicional Hollywood — com um viés conservador.
Um novo polo cinematográfico com identidade texana

Se for totalmente implementado, o programa poderá investir até US\$ 1,5 bilhão nos próximos dez anos, com o objetivo de:
- Criar empregos no setor audiovisual local
- Atrair grandes produções cinematográficas e televisivas
- Promover valores considerados centrais pela política texana atual
- Posicionar o estado como um concorrente direto de Geórgia e Califórnia, que dominam o setor há décadas
Como funcionam os incentivos ao cinema no Texas?
O texto estabelece uma estrutura escalonada de incentivos baseada nos gastos das produções dentro do estado. Veja os valores:
- US$ 250 mil a US $ 1 milhão: incentivo de 5%
- US $ 1 milhão a US $ 1,5 milhão: incentivo de 10%
- Mais de US$ 1,5 milhão: incentivo de 25%
Além disso, há bônus adicionais de 2,5% a 5% para produções que:
- Filmarem em áreas rurais
- Destacarem a herança histórica do Texas
- Empregarem veteranos do estado
- Envolverem estudantes de universidades locais
- Promoverem valores familiares ou temas religiosos
- Utilizarem serviços de pós-produção texanos
- Escolherem locais históricos reconhecidos
Requisitos e restrições do programa
Para se qualificar aos benefícios, os projetos devem ser previamente aprovados pelo Escritório de Música, Cinema, Televisão e Multimídia do Texas, vinculado ao gabinete do governador.
A partir de 1º de setembro de 2025, será exigido que 35% da equipe contratada seja composta por residentes do Texas, com esse percentual aumentando gradualmente nos anos seguintes.
❌ Conteúdos considerados inelegíveis incluem:
- Produções obscenas
- Propaganda política
- Programas de notícias e premiações
- Serviços religiosos
- Jogos de estilo cassino
Além disso, há uma exigência expressa de que as produções retratem o Texas e seus habitantes de forma positiva — uma cláusula que gerou tanto apoio quanto controvérsia.
Apoio político e da indústria do entretenimento
O projeto foi apelidado de “Tornar a Indústria Cinematográfica do Texas Grande Novamente” pelo deputado Todd Hunter (R–Corpus Christi), responsável por apresentar a medida na Câmara.
O vice-governador Dan Patrick, que desde o início da sessão legislativa trata o PL 22 como prioridade, reforçou que o programa tem como objetivo “exportar a fé e os valores familiares do Texas para o mundo”.
Estrelas texanas como Matthew McConaughey e Woody Harrelson compareceram ao comitê da Câmara para manifestar apoio ao projeto.
“Hollywood não tem uma marca registrada para contar boas histórias… então por que não texamos o nosso Texas e contamos algumas nós mesmos?”, afirmou McConaughey.
Críticas de dentro e fora do Partido Republicano
Mesmo com aprovação ampla, o projeto enfrenta resistência de alas mais conservadoras. O deputado Brian Harrison (R–Midlothian) criticou duramente o uso de dinheiro público:
“A Câmara do Texas acaba de votar para roubar bilhões dos trabalhadores texanos para doar à Hollywood liberal.”
O também republicano David Lowe seguiu a mesma linha, argumentando que os subsídios favorecem uma indústria que “zomba da fé cristã e ridiculariza nossos valores”.
Já a senadora Sarah Eckhardt (D–Austin) questionou a aplicação do critério de “valores familiares”, levantando preocupações sobre subjetividade e possíveis censuras culturais.
Comparação com outros estados
Enquanto Geórgia e Louisiana oferecem incentivos robustos e neutros ideologicamente, o Texas aposta em uma abordagem mais seletiva. Essa diferenciação pode atrair cineastas alinhados com a identidade cultural local, mas também levanta dúvidas sobre a viabilidade de atrair produções de grande porte com temáticas mais ousadas.
Exemplos como o sucesso “Sinners”, filmado na Louisiana, ilustram como produções com temáticas maduras poderiam não ser contempladas no Texas sob as novas regras.
Próximos passos e possíveis desdobramentos
O Senado do Texas analisará as duas emendas introduzidas pela Câmara. Se aprovadas, o projeto seguirá para sanção do governador Greg Abbott.
Paralelamente, outro projeto complementar — o HB 4568, que propõe um fundo ainda maior de US\$ 2,5 bilhões — permanece em debate na Câmara e pode ampliar significativamente o escopo do programa atual.
Caso sancionado, o SB 22 entrará em vigor a partir de 1º de setembro de 2025.
O que você acha?
Você acredita que o incentivo ao cinema no Texas é uma alternativa eficaz à Hollywood tradicional? Deixe sua opinião nos comentários e acompanhe todas as atualizações em nossa seção de Notícias!
Fonte: thatparkplace
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