Streets of Rage a história do “briga de rua”, o limbo e seu inesperado ressurgimento.
ÍNDICE
Nobres leitores do Unicórnio Hater apertem os cintos que hoje vamos dar um passeio pelas ruas mais violentas da era 16 bits. E contar a história e curiosidades de Streets Of Rage. Vamos falar de cada jogo lançado, inclusive não oficiais feitos por fãs e projetos cancelados. Também falar um pouco sobre os personagens da franquia e o quarto titilo da série que ainda será lançado.
A origem
Streets of Rage é o nome ocidental da franquia, pois o nome oriental é Bare Knuckle lançado em 1991. O jogo foi uma tentativa da Sega em levar o estilo “briga de rua” ou Beats ‘em up para seu console caseiro já que o gênero já fazia muito sucesso nos arcades.
Uma curiosidade, o nome do jogo quando em desenvolvimento era chamado de D-SWAT, não confunda com ESWAT outro game da Sega. Única coisa em comum é o carro do policial que o jogador chama no primeiro jogo com o carro que aparece no jogo do policial.
Já o nome Bare Knuckle foi colocado no fim do desenvolvimento significando algo como “Mãos nuas” em tradução livre e Streets of Rage ou “Ruas de Raiva”. Este nome provavelmente é uma referência ao filme Streets of Fire (Ruas de Fogo) é um filme de ação, romance e musical estadunidense de 1984. No filme a cantora de rock Ellen Aim (Diane Lane) retorna à sua cidade para um show e é sequestrada pelos Bombers, uma gangue de motoqueiros liderada por Raven Shaddock (Willem Dafoe). Reva Cody (Deborah Van Valkenburgh) envia um telegrama a seu irmão Tom Cody (Michael Paré), ex-namorado de Ellen, pedindo que ele volte à cidade. Tom enfrenta a violência das gangues para resgatá-la das mãos dos Bombers. Quase um cliche do jogo.
O primeiro Jogo
É impossível começar a falar sobre o jogo sem comentar primeiro sobre as músicas. Elas foram compostas por Yuzo Koshiro que é um compositor, arranjador e produtor de música de vídeo-games japonês Ele é um dos mais conhecidos, influentes e respeitados músicos da história do videogame tendo mais de 100 trabalhos no currículo. Na Sega conseguiu a condição até então inédita para ele de poder ostentar o seu nome na tela título, como em The Revenge of Shinobi e Streets of Rage, ambos para o Mega Drive. Mostrou-se amadurecido e em plena forma com Actraiser e Super Adventure Island (o que lhe rendeu o privilégio também inédito de ostentar seu nome no adesivo do cartucho japonês), ambos para o SNES. Foi aclamado mundialmente com Streets of Rage 2 (do Mega Drive), considerado o auge da sua carreira. Em Streets of Rage suas batidas eletrônicas são reconhecidas até hoje, conseguindo tirar proveito ao máximo do chip sonoro do megadrive. Ao misturar techno, house e outros estilos, Yuzo Koshiro criou um clima único de “Nightclub” que combinava perfeitamente com a temática de Streets of Rage.
As características dos personagens jogáveis no primeiro jogo não são tão discrepantes. Adam era a escolha padrão da maioria sendo ele forte porem lento. O alcance de sua voadora é boa. Sua história é de um ex-policial que abandona a profissão após descobrir que sua corporação era corrupta e então decide combater o sindicato do crime e acabar com o seu líder, Mister X.
O outro personagem é Axel, e sim ele tem este nome em homenagem ao vocalista da banda Guns n’ Roses. É loiro e possui uma faixa na cabeça. Só não tem cabelo grande. Axel também é ex-policial que decide combater o crime na porrada e peca apenas no alcance de sua voadora que na verdade é uma joelhada.
Já o último personagem jogável é uma personagem. Blaze é eclética. Ela é instrutora de dança nas horas vagas, detetive particular e claro ex-policial que combate o crime por conta própria. Ela se destaca pela velocidade o que acaba não influenciando muito na jogabilidade neste jogo.
Antes de enfrentar o chefe final do primeiro game somos questionados se queremos enfrentar o chefão ou se juntar a ele. Se você escolher se aliar, o jogador acaba caindo em uma armadilha, voltando a algumas fases atrás. Fazendo que você tenha que avançar tudo novamente. Caso estivesse jogando de duas pessoas, esta escolha fazia com que lutassem ate sobrar um. Novamente o jogador vencedor seria questionado. Neste caso se você escolher não se aliar, ao derrotar o vilão você que será o líder do sindicado do crime.
O jogo foi o primeiro do gênero a ser produzido direto para console e seu sucesso abriu caminho para outros nos consoles e claro sua sequência.
O segundo jogo
Streets of Rage 2 foi lançado menos de 2 anos depois e conseguiu melhorar tudo que o primeiro jogo tinha. O conceito é o mesmo, bater nos inimigos, pegar itens e enfrentar o chefão Mister X. E claro as músicas de Yuzi Koshiro estão ainda melhores. Neste não é possível apertar o botão para chamar a polícia, agora apertar o botão de especial desfere um golpe forte a custa de HP.
Neste jogo não temos Adam pois ele foi sequestrado após os eventos do primeiro jogo. Mas dois novos personagens foram adicionados.
Skate é o irmão mais novo de Adam, sempre de patins, entra no time para ajudar a resgatar o irmão das mãos do sindicado. E o outro é Max. Um lutador de Wrestling, amigo de Axel, muito forte, que entra na briga a convite do amigo.
Neste jogo as características dos personagens já fazem diferença na jogabilidade. Força, técnica, velocidade e estamina. Assim existe uma discrepância entre os personagens sendo Skate e Max os extremos entre velocidade e força. E no meio Axel e Blaze.
Ao chegar no chefão Mister X não temos os questionamentos do primeiro jogo, mas temos um capanga que merece destaque. Antes de lutar com Mister X, enfrentamos Shiva. Que chega a ser até mais difícil que o chefe final. Ao derrotar o chefe liberamos Adam do cativeiro.
O terceiro Jogo.
Este é o mais controverso da franquia. Existem aqueles que amam e outros que odeiam. Existem algumas diferenças. Para uns a jogatina acaba sendo mais dinâmica, já que agora existe a função de corrida e visualmente mais agradável. As reclamações giram em torno da música de Koshiro ser bem menos interessante que os títulos anteriores, com batidas chatas e repetitivas. Além das séries de elementos futuristas com muitos robôs. Outra diferença está na versão japonesa e americana do jogo como a clássica calcinha da Blaze.
Neste jogo as versões têm histórias distintas, nomes de personagens e golpes, cores das vestimentas dos personagens, nomes das armas e inimigos. A versão japonesa conta com um minichefe e um personagem jogável a mais. Além de diferenças técnicas que fazem a versão japonesa ser melhor que a americana.
Os personagens principais são Axel, Blaze e Skate. E agora é adicionado um ciborgue, o Dr Zan. Não temos Adam e Max. Adam aparece apenas em CutCines.
Além dos 4 protagonistas, temos 3 desbloqueáveis, Shiva (o capanga do Mister X no segundo jogo, virou a casaca), um canguru e outro apenas na versão japa (uma espécie de village people rsrsr).
Neste game temos uma curiosidade, existe um inimigo chamado MIFUNE. Este nome é uma homenagem a um clássico ator japonês conhecido por estrelar filmes de Samurais. A influencia de Toshiro Mifune vai além dos videogames. Chegando a influenciar até George Lucas na inspiração para a criação do seu Samurai espacial Darth Vader.
No modo Easy da versão americana o jogo termina abruptamente. É necessário jogar no modo hard para fazer o fim verdadeiro. (o chefe fake nos fala isto dando uma tirada).
Existem mais 2 finais ruins. Um é quando você não consegue salvar um general na sexta fase e outro quando se consegue salvá-lo mas não consegue derrotar o robô Y que é, na verdade, controlado pelos restos de Mister X. Após este game a franquia ficou no limbo por 24 anos.
Outros projetos
A Sega chegou a construir protótipos de continuação do jogo para seus consoles 3D como Sega Saturn e Dreamcast. Outras desenvolvedoras chegaram a fornecer um projeto como a Core Design, mas não aceitos pela Sega. Então surgiu o jogo Fighting Force.
Também surgiu uma demo de um jogo onde poderia ser colocado em primeira pessoa por uma desenvolvedora ligada a ninguém menos que Yuzo Koshiro, mas que nunca foi aceito pela Sega.
Projetos de Fãs
Os Fãs da franquia fizeram o excelente Streets Of Rage Remake. É uma jogo que reúne tudo de melhor dos 3 primeiros jogos e adiciona elementos exclusivos e muito bem-feitos.
Recomendo demais baixar para experimentar.
A Sega chegou a barrar a distribuição deste remake, mas os fas fizeram tantas reclamações que ela acabou liberando. Muitos falam que de tão bom que ficou o remake fez a Sega ter medo de não conseguir vender suas coletâneas.
O Ressurgimento
Apos alguns aparecimentos em coletâneas e jogos puzzle, como em um milagre foi anunciado Streets of Rage 4. O jogo está sendo desenvolvido em conjunto entre 3 devs europeias. Foi abandonado os sprites e agora esta sendo feito em pixel art, mais próximo a quadrinhos. Teve uma certa euforia entre os fãs para saber se o Adam finalmente seria jogável novamente. Apos meses de mistério foi revelado que Adam seria jogável e ainda por cima música de Yuzo Koshiro junto com outros artistas renomados.
Adam, Axel e Blaze já confirmados. Além deles, dois personagens inéditos serão selecionáveis na nova aventura: Cherry Hunter, a filha do famoso Adam Hunter que toca guitarra com a sua banda em uma das regiões mais perigosas de Wood Oak City, e Floyd Iraia, um lutador bruto que, embora seja lerdo, conta com longo alcance e golpes elétricos graças a braços cibernéticos instalados por Dr. Zan — o cientista ciborgue do terceiro jogo da série.
Será possível até 4 jogadores na tela.
O jogo será lançado para todas as plataformas.
Então fico por aqui na espera do novo jogo da franquia.
Estou doido para jogar esse game, espero que lancem no gamePass, mas se não lançar vou comprar a fita.
Esse é um clássico lindo de se jogar.