Sony vai te rastrear como na China? Sony registra patente de “crédito social gamer”: Sony Bad Actor Patent
Sony Bad Actor Patent: O crédito social gamer que ninguém pediu, mas todos vão sentir
Índice
- De ferramenta de moderação a juiz moral digital
- Sony define quem é o “mau ator/jogador” (e você nem vai saber como)
- Ecoando o crédito social chinês… com controle de DualSense
- A cultura da vigilância como “recurso de gameplay”
- Proteção ou condicionamento?
- E se discordar for uma infração?
- Onde isso termina?
- A distopia vem em 4K e com ray tracing
- Conclusão: Moderação sim, crédito social não
Ah, Sony… sempre um passo à frente na arte de transformar o que deveria ser diversão em distopia digital. A recém-publicada Sony bad actor patent está causando desconforto entre jogadores atentos — e com razão. A empresa parece ter olhado para o modelo de “crédito social” da China e dito: “isso seria ótimo… em jogos!”
De ferramenta de moderação a juiz moral digital
A ideia parece inofensiva à primeira vista. Quem não quer um ambiente de jogo seguro, especialmente para crianças? Ninguém quer ver bullying em Minecraft ou trolls em Fortnite. Mas o problema não está no objetivo declarado — está no meio de alcançar esse objetivo.
Segundo o registro da patente feito em outubro de 2024 e publicado agora em maio, a proposta é simples (e assustadora): monitorar comportamentos “negativos” ao longo do tempo, atribuir uma pontuação invisível ao jogador e, com base nisso, limitar ou bloquear seu acesso a funcionalidades online. Em outras palavras, um “cartão vermelho” automático baseado em um sistema que ninguém entende completamente, mas todos devem obedecer.
Sony define quem é o “mau ator/jogador” (e você nem vai saber como)
Imagine ser reportado por um jogador irritado por perder uma partida. Agora imagine esse report se somando a outros e, de repente, você estar bloqueado de jogar online — sem aviso, sem contexto, sem chance de defesa.
A Sony propõe uma série de “marcadores de frequência” que rastreiam infrações como “comportamento impróprio”, mas quem decide o que é impróprio? É ofensivo fazer piada com o fracasso de Concord? É “tóxico” reclamar do último patch de Spider-Man 2? No modelo da patente, essas perguntas não têm resposta. O algoritmo julga. O algoritmo pune.
Ecoando o crédito social chinês… com controle de DualSense
Se o sistema parece familiar, é porque ele já existe em um modelo real: o infame sistema de crédito social da China, que rastreia cidadãos com base em comportamento, restringindo desde passagens aéreas até acesso a empregos. A diferença? Na China, quem controla é o Estado. No caso da Sony, é uma empresa privada decidindo quem é um jogador “bom” ou “ruim” com base em um sistema opaco e sem transparência.
Mas fique tranquilo: ao contrário do governo chinês, a Sony só quer o seu bem. Afinal, o que seria da sua experiência gamer sem uma IA decidindo se você merece ou não logar no servidor hoje?
A cultura da vigilância como “recurso de gameplay”
A Sony já deu sinais claros de que adora um sistema de controle disfarçado de inovação. Em 2024, registraram a patente de um “VR safe space” que automaticamente muta e remove usuários considerados indesejáveis. Agora, em 2025, vem o “bad actor detection”.
O padrão é claro: não é mais sobre moderação de comunidades. É sobre moldar comportamento. Jogadores não são mais participantes ativos de uma experiência digital, mas sim peças a serem ajustadas conforme um padrão corporativo de conduta aceitável.
Proteção ou condicionamento?
Sim, proteger crianças de predadores online é crucial. Mas usar isso como justificativa para instalar um sistema permanente de vigilância e punição automatizada é, no mínimo, problemático — no máximo, um experimento orwelliano disfarçado de atualização do PSN.
E vamos ser honestos: essa tecnologia não vai parar por aí. Hoje são partidas ranqueadas. Amanhã pode ser sua reputação na PSN, seu acesso ao armazenamento em nuvem ou até mesmo sua elegibilidade para ofertas exclusivas. Você foi mal educado no chat? Adeus promoção da PlayStation Store.
E se discordar for uma infração?
A parte mais insidiosa do modelo proposto pela Sony bad actor patent é seu potencial para silenciar críticas e opiniões impopulares. Imagine um cenário onde comentar negativamente sobre uma IP da casa, como The Last of Us Part II, resulta em um “strike”. Seria uma maneira conveniente (e disfarçada) de filtrar vozes dissidentes de forma “objetiva”, automatizada e sem deixar rastros públicos.
Onde isso termina?
Talvez você pense: “Não sou tóxico, não tenho o que temer.” Mas o ponto aqui é que, com sistemas baseados em IA e algoritmos, a definição de toxicidade não é objetiva, transparente ou justa. É mutável, opaca e, principalmente, controlada por quem tem interesse comercial direto em manter um ecossistema “controlado”.
Essa patente não é só um passo na direção errada. É um salto em direção ao fim da autonomia digital no entretenimento interativo.
A distopia vem em 4K e com ray tracing
Pense no que já vemos hoje em redes sociais: shadowbans, filtros algorítmicos, supressão de conteúdo. Agora imagine esse tipo de sistema aplicado aos jogos que você ama — onde sua liberdade de expressão ou estilo de jogo pode ser comprometido por um sistema invisível, imparável e inquestionável.
Porque claro, se tem uma coisa que todos pedimos nos games, foi isso: um comitê automatizado decidindo se somos “bons cidadãos” digitais com base no que dizemos ou fazemos após uma partida ruim de FIFA.
Conclusão: Moderação sim, crédito social não
Sinceramente, mal posso conter meu entusiasmo por essa “revolução” na indústria dos videogames (Sarcasmo): agora somos reféns de produtos que nunca nos pertencem de fato. Pagamos caro por um software que, segundo a Sony, “não é nosso”; reclamamos que o jogo é ruim e somos acusados de ingratidão; alteramos o console que compramos com nosso próprio dinheiro e, surpresa, podemos ser processados por isso — afinal, quem realmente é o dono aqui?
E para dar aquele toque final à distopia, a Sony decide implantar um sistema de controle à la China do entretenimento: nada mais justo do que alguém lá de cima determinar o que podemos ou não fazer nos jogos. Um verdadeiro experimento social digno de George Orwell, onde a Big Brother dos games acha que sabe quem somos — “bons” ou “maus” jogadores.
Claro, como sempre, o discurso oficial vai jogar tudo na defensiva familiar: “É para proteger as crianças!”, “É pelo bem da comunidade!” — blá blá blá. A legislação já existe, cobre assédio, abuso e tudo mais que se possa imaginar; não precisamos de um “Manual de Boas Maneiras Gamer” vigiando nosso chat.
No fim das contas, a graça de ser gamer vai por água abaixo quando cada insulto, cada “cheat” e cada mod vira motivo de investigação corporativa. GTA? Red Dead? Preparem-se para versões light, sem aquela pitada de rebeldia que faz o verdadeiro charme de um jogo. É isso: bem-vindos ao futuro em que sua diversão tem bula e bula não dá replay.
A Sony bad actor patent é um alerta: o futuro da jogatina pode ser menos sobre vencer chefões e mais sobre agradar algoritmos. A menos, claro, que os jogadores se posicionem agora — enquanto ainda podem.
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Fonte: Sony
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