[Crítica] Nostalgia com os jogos do Sonic e o que achei do Filme!

A Nintendo sempre colocou seu mascote, Mario, em evidencia em seus jogos. é só falar na empresa que pensamos em Mario. Já a Sega ainda não tinha um rival a altura de Mario, então ela fez um concurso interno. Após vários rascunhos e versões, foi escolhido um coelho. Entretanto ele rapidamente saiu de cena, trocando o personagem por uma especie de Ouriço. Claramente com inspirações em Mickey da Disney. Por falar nisto, os responsáveis pelo desenho dos personagens fizeram uma espécie de pesquisa com o publico. Foram levados dois desenhos aos EUA no central park. Um Ouriço e outro personagem uma especie de papai noel barrigudo. O ouriço foi o escolhido pela maioria mas o outro foi aproveitado posteriormente como o inimigo de Sonic. Eggman/Robotnik.

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Nasceu assim em 1991, Sonic the Hedgehog, o jogo que fez enorme sucesso no Mega Drive no japão e Genesis nos EUA.(os japoneses queriam que na historia do personagem Sonic tivesse uma banda e uma namorada chamada Madona. Claro. Ideia descartada no ocidente). Sonic ficou rápido, descolado e com cabelos arrepiados. Um ícone dos anos 90.

O jogo ficou por um tempo até mais popular que o Mario. Foi aí que eu esperei um pouco para ganhar do meu pai o Mega Drive com o jogo do Sonic e comecei minha história de verdade no mundo dos games. Sua continuação, Sonic 2, é tido por muitos como melhor  que o jogo anterior e ainda conta com a introdução de Tails, uma raposa de duas caldas, que adicionou mais jogabilidade ao game.

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Aí chegamos a 2019. Um trailer assustador, com um Sonic com feições humanas, parecendo o corredor Usain Bolt é apresentando. Causou uma enorme onda de críticas na internet levando ao adiamento da produção. Em 2020 mesmo com seu visual renovado, eu não tinha interesse por ver esta adaptação cinematográfica do Sonic. Achava que seria bem decepcionante. Eu era VICIADO no jogo original, lá nos idos de….. deixa pra lá, sempre curti muito o personagem, mas ver aqueles trailers me trouxe a mente um filme chamado Pica-Pau. Um fiapo de historinha qualquer só pra servir de desculpa pra termos o porco espinho interagindo com um bando de seres humanos.

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Comparação

Então para ir assistir às aventuras do ouriço / porco espinho azul fui no papel de acompanhante da real interessada… cof..cof. Minha sobrinha, para digamos conseguir curtir alguma coisa sob um outro ponto de vista.

Mas… quer saber? Me surpreendi. Claro, não é uma obra-prima. A trama é bastante genérica, mal começa a parada e cê já tá bem ligado no que vai acontecer com a graaaande decisão da vida do policial vivido pelo James Marsden. Só que o timing inteligente e ágil da condução toda, aliado a um Sonic que é praticamente uma criança hiperativa (causando identificação imediata não só com a molecada mas também com praticamente todos os papais e mamães da sala), faz você nem sentir o tempo passar e se acabar com as risadas dos pequenos. Além daquele quentinho no coração dos gamers em ver na tela o seu amigo de videogame.

Graças à sua supervelocidade e, óbvio, também a uma habilidade meio super sayajin que o ouriço só demonstra lá na frente, Sonic é caçado em seu mundo natal por um bando de malvados, cujas identidades parecem ter sido guardadas para uma continuação. Sua mentora, uma coruja meio Obi-Wan Kenobi (dito por ele mesmo. Ele inclusive conhece varias referencias da cultura pop já que esta em nosso mundo a algum tempo) entrega na mão do jovem mancebo um monte de anéis (sabe aqueles, que o Sonic tinha que coletar no jogo?) que servem como mecanismos de transporte para outras realidades — basta segurar, pensar para onde ir, jogar no ar, atravessar… e ele é enviado para a Terra, com a recomendação de se manter escondido e, assim que for descoberto, pular para OUTRO mundo.

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a flor é conhecida dos games

Acontece que, como você pode suspeitar, o Sonic começa a ficar mais curioso, se envolve com o cotidiano de uma pequena cidadezinha, se apaixona pelos humanos e aí vem toda a merda. Porque ele derrapa, se deixa ser visto, o governo dos EUA saca que tem treta ali. E então entra em cena o Robotnik.

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Jim Carrey in SONIC THE HEDGEHOG from Paramount Pictures and Sega. Photo Credit: Courtesy Paramount Pictures and Sega of America.

Vejam só, as interações entre o Sonic e o oficial da lei boa-praça Tom Wachowski (Marsden) funcionam que é uma belezinha, têm charme, têm graça, têm uma fofura, principalmente quando eles tão num esquema meio road trip. Mas tudo, claro, só dá certo porque o personagem ganhou CARISMA. O visual ajuda neste sentido, até pelos olhos bastante expressivos, mas vê-lo gastando todos os seus esforços, às vezes com muito exagero, tentando agradar seu mais novo amigo para conseguir passar pelo máximo de experiências terrestres antes de ter que pular pra próxima fase, poxa. O momento em que eles ganha seus icônicos sapatos vermelhos, aliás, é onde eu fiquei com poeira nos olhos ao lembrar da minha infância. Inicialmente achava que Sonic era um palhaço, exatamente por estes sapatos vermelhos.

Só que aí eu volto lá em cima, pro Robotnik, o vilão clássico interpretado pelo Jim Carrey. Quando ele surge, e cada vez que ele pinta numa sequência, ele rouba a cena. Nitidamente ele tá se divertindo, pirando, improvisando, livre pra curtir sem muito peso nas costas, interpretando um antagonista canastrão, imprevisível, que acrescenta igualmente uma série de camadas ao vilão que a gente só conhecia como um cientista maluco formado por um monte de pixels.

A conexão entre ele e o porco espinho, que é complementada pela conexão entre ele e o policial interiorano, é tão imediata que compensa as soluções fáceis, as obviedades, as viradas no roteiro que são aquelas mesmas de sempre.

Aí, na cena pós-créditos, rola uma parada que dava pra imaginar que iria acontecer, tendo uma continuação nos planos ou não. E é muito legal. Fanservice pra cacete, ok, concordo, mas combina com o todo. E só foi o complemento perfeito, a cereja no bolo. A experiência foi toda uma delícia. Valeu pelo ouriço, valeu pelo Robotnik e pela retratação bem feita dos aspectos do jogo nos videogames.

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Sega Genesis Does What Nintendon’t

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