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Fim de uma era (ou seria só o roteiro de um spin-off ruim?) no jornalismo nerd brasileiro. O grupo Jovem Nerd, outrora um dos pilares da cultura pop nacional, anunciou o desmonte completo do Nerd Bunker, encerrando de vez sua operação jornalística. Sim, meus caros, o bunker desabou. E junto com ele, vai embora o último fiapo de credibilidade editorial nerd que ainda restava por lá.
Durante anos, o canal foi referência — ou melhor, foi bom enquanto durou. Criado por fãs, para fãs, o Jovem Nerd se tornou uma potência. Mas aí veio o plot twist: o canal, que nasceu nos porões da zoeira e da liberdade criativa, decidiu escalar sua narrativa rumo ao ativismo. E não qualquer ativismo, mas aquele bem carimbado, progressista, panfletário e, claro, WOKE até a última linha do roteiro.
Longe de simplesmente noticiar sobre quadrinhos, games e ficção científica, o Nerd Bunker passou a operar como uma espécie de órgão oficial da esquerda cultural pop, empilhando pautas identitárias e discursos politicamente corretos como quem coleciona action figures. A linha editorial? Mais enviesada que o escudo do Capitão América depois de uma pancada do Thanos.
Vale lembrar (ou lamentar) que um dos momentos mais “icônicos” dessa fase foi o episódio do podcast entusiasticamente intitulado “Sim, Crianças Trans Existem” — um verdadeiro festival de militância com glitter, onde a objetividade e o contraditório ficaram presos no porão do bunker.

É irônico pensar que uma marca construída sobre o amor nerd acabou se perdendo ao tentar agradar uma bolha cada vez mais exigente, cada vez mais desconectada do público que os colocou no topo. O resultado? Cancelaram o público original, e agora foram cancelados pela realidade do mercado.
No fim, o Nerd Bunker fecha as portas como um daqueles jogos hypados que prometem mundos abertos e entregam só bugs e monólogos moralizantes. E com isso, o legado do Jovem Nerd se fragmenta: de referência em cultura pop, para case de como desagradar gregos, troianos, jedis e até klingons — tudo em nome de um alinhamento ideológico que ninguém pediu, mas todos foram obrigados a ouvir.
O que era o Nerd Bunker?
O Nerd Bunker funcionava como a redação jornalística do grupo Jovem Nerd. Responsável por alimentar o site oficial e as redes sociais com notícias de cultura pop, games, cinema e tecnologia, a equipe mantinha o compromisso de informar, com linguagem descontraída, mas conteúdo embasado. Era também o berço de podcasts como Caneca de Mamicas e Mal Falado, que ganharam notoriedade nos últimos anos — não sem polêmicas.
Crise financeira e queda de audiência
Segundo informações apuradas por veículos como o Drops de Jogos, a decisão de encerrar as atividades do Nerd Bunker foi motivada por baixa rentabilidade. A redação, composta por apenas cinco jornalistas, foi dissolvida oficialmente no dia 27 de maio. O site segue no ar, mas com atualizações incertas.
A crise tem nome e sobrenome: Magazine Luiza. Desde a aquisição do Jovem Nerd pelo grupo varejista entre 2020 e 2021, o projeto perdeu autonomia e, posteriormente, relevância. A Magalu, que na época da compra estava em alta no mercado, perdeu mais de 90% do seu valor de mercado nos últimos anos. Com a empresa enfrentando dificuldades financeiras, cortes se tornaram inevitáveis — e o Nerd Bunker foi um dos alvos.
Conteúdo progressista e polarização política
Outro ponto de discussão tem sido o posicionamento político assumido por alguns conteúdos publicados nos últimos anos. Podcasts com títulos como “Gay, graças a Deus”, “O amor TRANSforma”, e episódios que tratavam de temas como transexualidade infantil, feminismo e política nacional geraram controvérsia, especialmente entre os seguidores mais antigos.
️ Trechos e publicações chegaram a vilanizar setores inteiros da população, o que provocou o afastamento de parte significativa da base de fãs. O que antes era um conteúdo voltado para o entretenimento geek e nerd, passou a carregar discursos ativistas que não agradaram a todos.
️ “Eles esqueceram o conteúdo nerd que os tornaram famosos”, comentam antigos seguidores nas redes sociais.
Decisões que custaram caro
A soma de más decisões editoriais, queda de audiência e o desmonte financeiro da Magalu criaram um cenário insustentável. Os fundadores do Jovem Nerd, que hoje residem nos Estados Unidos, seguem com seus projetos pessoais, mas deixam para trás um vácuo no jornalismo especializado em cultura pop.
Enquanto isso, a marca Nerd Bunker parece ter perdido sua essência. O fechamento da redação representa o colapso de um modelo de mídia que, ao tentar se alinhar ideologicamente, afastou sua comunidade mais fiel.
Reflexos no jornalismo geek
A situação do Jovem Nerd reflete uma tendência mais ampla: a crise do jornalismo especializado em games e cultura pop. No Brasil e no exterior, veículos têm perdido espaço para influenciadores independentes que combinam opinião e informação de forma mais direta, dinâmica e descomplicada.
Canais como David Jones e Central exploram essa lacuna com sucesso, adotando uma linha mais próxima do público e menos comprometida com discursos ideológicos. O público, por sua vez, parece preferir esse novo modelo de consumo de conteúdo.
O fim do Nerd Bunker
Embora o site ainda esteja no ar, o fim da redação é oficial. A jornalista Jéssica Pinheiro, ex-integrante da equipe, confirmou em uma postagem no Blue Sky que todos os profissionais foram desligados. Pedro Zambarda, editor do Drops de Jogos, corroborou a informação e detalhou o corte das cinco posições.
Aparentemente, o Nerd Bunker passou de um projeto ambicioso para um esqueleto de site, lembrado apenas por seus momentos mais polêmicos.
E agora? O que resta ao Jovem Nerd?
Com a divisão jornalística extinta e a base de fãs fragmentada, resta saber se o canal principal irá se reinventar ou seguirá em uma trajetória de irrelevância. O legado que construíram é inegável, mas as decisões recentes deixaram marcas profundas.
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