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Apesar de a Microsoft ter planos até para a próxima geração de Xbox, sua atuação no mercado de games não é garantida para sempre. Em audiência para o FTC, o chefão da marca Phil Spencer confessou que a Microsoft pode sair do segmento de games se o Game Pass não crescer o suficiente até 2027.
O comentário de Spencer foi referente à projeção de crescimento do Game Pass (console, PC e streaming) divulgado num dos documentos divulgados nesta terça (19). Ele explica: “Eu posso garantir que se não fizermos mais progresso do que isso fora do console, nós sairíamos do negócio de jogos. Se esse fosse o resultado, nós sairíamos… Eu não creio que estaríamos no mercado.”
Spencer comenta sobre a expectativa do Game Pass atingir 100 milhões de assinantes até 2030: “Então, quando você me perguntou se eu concordava com esse gráfico verde-claro e azul, dependendo das cores que você vê, teriam que ser bem melhores muito antes, eu diria lá para o ano fiscal de 2026/2027 nós estaríamos nessa posição, ou teríamos que tomar uma decisão diferente de negócio”, complementou.
Para a Microsoft, manter o crescimento das suas plataformas de cloud gaming e mobile é um dos principais motivos para adquirir a Activision Blizzard. Esse foi um dos motivos apontados pela empresa na defesa no Reino Unido.
Game Pass custa milhões para a Microsoft
A Microsoft não entra em detalhes sobre limites do orçamento da companhia, mas os documentos revelados recentemente mostram que o Game Pass custa milhões para ser mantido. Para adicionar o Star Wars: Jedi Survivor ao catálogo, por exemplo, a empresa esperava pagar US$ 300 milhões (ou R$ 1,45 bilhões). Os jogos Mortal Kombat 1 e Suicide Squad também custariam US$ 250 milhões, cada (cerca de R$ 1,2 bilhões).
No documento, cada jogo foi listado junto com a probabilidade de ser aceito no Game Pass, seu “fator surpresa” e uma “expectativa de orçamento” em dólares. Confira a lista completa:
- Lego Star Wars: US$ 35 milhões
- Dying Light 2: US$ 50 milhões
- Red Dead Redemption II: US$ 5 milhões
- Dragon Ball: The Breakers: US$ 20 milhões
- Just Dance: US$ 5 milhões
- Let’s Sing Abba: US$ 5 milhões
- Return to Monkey Island: US$ 5 milhões
- Wreckfest 2: US$ 10-14 milhões
- Baldur’s Gate 3: US$ 5 milhões
- Gotham Knights: US$ 50 milhões
- Assassin’s Creed Mirage: US$ 100 milhões
- Grand Theft Auto V: US$ 12-15 milhões
Da lista, Return to Monkey Island, GTA V e Gotham Knights estão (ou chegarão) ao catálogo do Game Pass, mas o valor esperado não é necessariamente o que a Microsoft pagou para garanti-los.
Maioria paga o preço cheio do Game Pass
O Game Pass oferece uma série de promoções para alcançar mais usuários, incluindo opções com custo inicial reduzido. Contudo, a maioria dos consumidores paga o preço cheio do serviço, segundo um documento revelado pela Microsoft.
No final da apresentação, a empresa revelou que em abril de 2022 possuía 33,6 milhões de assinaturas nos seus consoles Xbox, sendo 21,9 milhões deles no Game Pass (sem PC) e 11,7 milhões no Xbox Live Gold.
A Microsoft mostrou que a receita líquida por assinatura foi de US$ 9,26, valor bem próximo dos US$ 9,99 cobrados na assinatura padrão nos Estados Unidos. Sendo assim, a maioria dos assinantes paga o preço integral do serviço.
Game Pass tem espaço para crescer
Ainda que a Microsoft espere crescimento considerável em menos de uma década, o Game Pass ainda tem muito espaço para crescer. Recentemente, a gigante substituiu o Xbox Live Gold pelo Game Pass Core, versão “baratinha” do serviço de assinatura.
Os números destrinchados no documento não mostram como foi a conversão de usuários do Xbox Live Gold para o Game Pass Core, mas certamente a transição migrou milhões de jogadores.
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