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Marvel tenta ser ousada com Thunderbolts* – e entrega um filme que tenta gritar “profundo” enquanto tropeça no próprio roteiro
Ah, Thunderbolts… também conhecido como “Marvel apresenta: O Desânimo em Equipe”. A nova aposta do MCU tenta — e falha com estilo — em reinventar a fórmula dos anti-heróis, trazendo uma mistura de personagens que parecem ter saído diretamente de um grupo de apoio para ex-protagonistas com sérios problemas de autoestima.
Sob a direção de Jake Schreier (Beef, Kidding) e com um roteiro assinado por Eric Pearson (Black Widow) e Joanna Calo (The Bear, BoJack Horseman), Thunderbolts aposta alto em um tom sombrio e emocional, mas o resultado é mais próximo de um episódio prolongado de terapia coletiva mal conduzida.

Anti-heróis? Mais para anti-carisma
O grupo liderado por Yelena Belova (Florence Pugh) é um mix de personagens que estão menos “lutando por redenção” e mais “tentando descobrir onde esqueceram a vontade de viver”. Temos:
- Yelena, que basicamente está em luto eterno e age como se o mundo inteiro estivesse no modo soneca;
- Red Guardian, agora motorista de limusine vermelha — porque nada grita “herói decadente” como um ex-super soldado virando Uber de luxo;
- Bucky, o soldado invernal em ritmo de outono, perdido entre sessões do Congresso e sessões de terapia não resolvidas;
- U.S. Agent, um John Walker ainda em negação profunda por ter sido preterido como Capitão América (e fingindo que ninguém percebe);
- Ghost, que mal sabe por que ainda está aqui, e nem o roteiro parece ter essa resposta;
- E, claro, o enigmático Bob, o cara que toca nas pessoas e vê memórias — um recurso que soa promissor, mas serve mais como enfeite emocional do que ferramenta narrativa real.

Bob, o Deus Ex Memória
O personagem mais interessante do filme — e, ironicamente, o mais mal aproveitado — é Bob (Lewis Pullman). Ele tem a habilidade de ver memórias com um toque, o que poderia render dilemas morais, revelações devastadoras e profundidade emocional. Em vez disso, ele vira uma espécie de Bob-in-the-box, surgindo quando o roteiro precisa de uma solução conveniente ou de um momento sensível que não exige muito esforço dramático.
Seu arco se aproxima de uma tentativa de “Inception versão Marvel”, mas termina mais como um passeio guiado por paisagens emocionais genéricas com efeitos visuais que parecem saídos de um protetor de tela do Windows 98.

O clube da melancolia uniformizada
Ao invés de vermos o grupo crescendo como equipe — o básico para qualquer narrativa de time de anti-heróis — o que temos é um bando de personagens que compartilham traumas e derrotas como se estivessem em uma reunião dos Anônimos do MCU. A tal “união pelo luto” que a história propõe nunca se materializa com peso real. Faltam química, motivação conjunta e, principalmente, um vilão que não seja só um pretexto para o terceiro ato acontecer.
O veredito: divertido, mas só se você já baixou suas expectativas
Sim, Thunderbolts tem suas qualidades: há cenas de ação decentes, Florence Pugh continua entregando o que pode com o que lhe dão, e Bob é um achado promissor no meio do caos. Mas não espere uma revolução no gênero. Isso aqui está mais para o episódio especial de fim de temporada da Marvel+ do que para uma peça-chave do MCU.
Aliás, se esse é o time que vai pavimentar o caminho para um “novo Vingadores”, talvez seja hora de considerar chamar o RH e rever esse recrutamento.
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