Antes do filme começar, entre os patrocinadores e estúdios aparece “Balboa Produções”. Este nome já provoca um arrepio nos fãs de Stallone, muito por causa da ansiedade pelo retorno do Herói da época de quem já passou dos 30. Rambo é um herói que cresceu com a gente. Muitos devem se lembrar dos desenhos e brinquedos que povoaram a infância e adolescência.
Ele continua um cara esquisito, quieto e na dele. O que é ótimo pois são características do personagem. Acho que ninguém espera ver na tela um Rambo tiolzão amigão de todos nesta altura do campeonato. O envelhecimento de Stallone não incomoda ou não deveria. O cara é o Rambo, casca grossa então não é correto ficar imaginando um cara jovial como nos 3 primeiros filmes da franquia. Stallone está em forma, envelhecido, mas em forma. A essência do personagem permanece, está ali.
Para provar isto, ele fala com a Sobrinha “Eu não mudei”, um claro recado para os fãs nostálgicos dos anos 80/90. Inclusive ele reafirma no filme que a guerra, para ele, nunca acabou. Ele lida com seus traumas tomando medicamentos e vivendo de certa forma, isolado em uma remota fazenda no Arizona. Ele é tão estranho que não vive dentro da casa. Ele construiu uma espécie de Bunker com vários tuneis interligados.
Ele também está ativo. Passa seus dias nas atividades da fazenda como treinador de cavalos e eventualmente, ajuda a Polícia local como voluntário. Neste filme, o pivô da história é sua Sobrinha que com o tempo, vemos que é muito mais que isso. Ele é sua família e até uma filha adotiva. É com este lado paizão que o filme trabalha seu lado humano, afetos e desafetos. Mas já adianto, não espere ação alucinante em cada cena. A muitos momentos o filme busca o aprofundamento psicológico de Rambo.
Entretanto, no momento em que um fato ocorre com sua Sobrinha, vem a tona seu verdadeiro ser. Sendo a chave para ele se transformar no Rambo que conhecemos. Então para quem acha que ele está ultrapassado, saiba que para Rambo, travar uma guerra é como andar de bicicleta. Nunca esquece como se faz.
A bandidagem se lasca legal com as armadilhas que ele prepara na própria casa. Morte e sangue para todos os lados. A criatividade em lidar com o inimigo em campo de batalha é o melhor estilo de Rambo. Chega até a ser engenhoso. Quem lembra, sabe que as armadilhas são recorrentes em todos os filmes da franquia e neste não seria diferente. Mas agora a coisa está em outro nível de sagacidade. Está muito para jogos mortais, dando até satisfação em ver os bandidos morrerem.
O roteiro do filme é simplório. Mas quem quer ver algo complexo não conhece o personagem. Nunca o roteiro dos filmes anteriores foi complexo. A carga do filme sempre foi o personagem, no máximo, estava inserido o período histórico da guerra fria. No primeiro filme sua guerra interna é mostrada assim que Rambo volta ao seu país natal. Mutilado mentalmente, fustigado fisicamente e sem nenhum auxílio por parte de seu governo em solo americano, sente-se perdido.
Outra coisa para quem conhece a franquia são os vilões. Sempre cruéis com Rambo. No primeiro filme foi o proprio povo americano na figura do Xerife da cidade. Neste são mexicanos os vilões que inclusive espancam Rambo, chegando a marcá-lo no rosto. Vi comentários que os mesmos foram retratados de forma estereotipada. Mas e dai? Nos filmes anteriores ele mexeu com vietnamitas, com russos é ninguém reclamou. Mas agora é moda, se mexer com os mexicanos é preconceito? (entedam que os vilões neste caso são os cartéis de drogas e traficantes de mulheres que atuam no méxico). Acho que é muito mimi para um filme de ação. Não tem nada a haver com o fato dos recentes acontecimentos de fronteira no governo Trump.
Em relação aos defeitos uns fatos que notei e me deixou um pouco incomodado são as viagens do filme. A viagem até o méxico parece ocorrer em apenas uns 5 minutos. O roteiro poderia trabalhar uma pouco a viagem mostrando mais o trajeto. Ajudaria até na duração do filme. Muito curto. Suas 1:30 min passam rápido. Outra coisa é os personagens secundários. Muitos são pouco aproveitados como por exemplo, a Jornalista Mexicana que ajuda Rambo. Seu passado é pouco explorado.
Outra reclamação de alguns críticos foi em relação a violência do filme. Quem gosta de Sangue, até mesmo um pouco gore e porrada vai gostar do filme. Stallone celebra mais uma vez este herói na pela de John Rambo. Os filmes de Rambo sempre foram conhecidos por estes fatores, mas neste a um aumento bem vindo de todos estes aspectos. Como de praxe, uma as frases de efeito mais legais da franquia esta neste filme.
“Eu quero vingança, eu quero que eles saibam que a morte está chegando. Eu quero que eles sintam a nossa dor e saibam que é a última coisa que eles vão sentir”.
O filme está recebendo duras críticas e Stallone divulgou em seu Instagram um vídeo curto que diz que Rambo “não é para todos”, além de compilar alguns comentários negativos feitos para o filme original, lá em 1982.
Portanto é isso mesmo, gostar do filme não é para todos.
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