Índice
- Tom Hardy em modo Venom sem simbionte em um filme que parece ter cheirado a própria carga de cocaína
- Cocaína em máquina de lavar, por que não?
- Roteiro? Temos, mas ninguém liga
- Gareth Evans troca socos reais por bits e pixels
- Hardy faz o que pode com um personagem que parece escrito por um algoritmo deprimido
- Veredito: Entre o caos e a cocaína digital, Havoc é um espetáculo de destruição insensível que quase convence
Tom Hardy em modo Venom sem simbionte em um filme que parece ter cheirado a própria carga de cocaína
Havoc (Caos e Destruição) finalmente saiu da geladeira da Netflix em 2025, quatro anos após a finalização das filmagens, e acredite — o tempo não foi generoso. Dirigido por Gareth Evans, o mesmo cérebro por trás dos sensacionais The Raid, este novo projeto parece mais um experimento de IA tentando imitar um filme de ação noir com roteiro extraído de um guardanapo de bar.
Tom Hardy vive Patrick Walker, um detetive tão desgastado quanto a própria estética do filme. Ele está divorciado, moralmente falido, sem ver a filha e com um vício incurável em café do Starbucks. Basicamente, é o Eddie Brock depois de um divórcio feio e sem o alienígena sarcástico para deixar tudo mais divertido.
Cocaína em máquina de lavar, por que não?
A trama começa com uma cena de ação onde máquinas de lavar recheadas de cocaína são roubadas — sim, você leu certo — e um banho de sangue com direito a vilões mascarados, tiroteio estilizado e uma cidade corrompida que nunca é nomeada, mas claramente sofre de depressão climática crônica. Tudo regado à iluminação neon e efeitos visuais que fazem os carros parecerem flutuar como fantasmas em um Fast & Furious de orçamento emocional baixo.
Ah, e se você notar o rosto de Tom Hardy parecendo meio colado nas cenas de ação, parabéns, seus olhos estão funcionando: o filme tem pelo menos três dublês creditados, e uma vibe forte de deepfake de luxo paira em cada soco.

Roteiro? Temos, mas ninguém liga
O enredo de Havoc tenta se fingir de noir, mas esqueceu de trazer o mistério. O filme basicamente avança como um videogame linear: encontre o Charlie, leve porrada, reaja com brutalidade estilizada, repita. O mistério principal é descobrir se algum personagem realmente importa, porque a resposta está entre “não” e “de jeito nenhum”.
A cidade corrupta, os policiais comprometidos, a vingança da matriarca asiática (Yeo Yann Yann em modo Lady Snowblood genérica), o político sujo (Forest Whitaker tentando parecer interessado)… todos são peças previsíveis no tabuleiro de Gareth Evans. Só que agora, ao invés de artes marciais coreografadas com precisão, temos sangue digital e closes dramáticos em slow motion com CGI que brilha mais do que deve.

Gareth Evans troca socos reais por bits e pixels
Se você veio esperando a intensidade prática de The Raid, vai sair decepcionado. Evans agora parece ter feito as pazes com o green screen — e brigado com os efeitos práticos. Mesmo assim, Havoc ainda entrega alguns momentos de brutalidade que arrancam um sorriso sádico: explosões de cabeça, rostos virando purê, e sequências em boates e cabanas onde tudo que respira apanha.
Mas sejamos honestos, a maior violência aqui é o que o filme faz com o potencial do seu elenco e direção.

Hardy faz o que pode com um personagem que parece escrito por um algoritmo deprimido
Tom Hardy grita, rosna e mastiga as palavras com a mesma entonação do Venom — só que sem o alienígena engraçadinho para aliviar. Sua performance como Walker é… funcional. Cansado, desleixado, constantemente irritado e sempre à beira de um colapso existencial — ou seja, basicamente uma dramatização do que é ser adulto em 2025.
Veredito: Entre o caos e a cocaína digital, Havoc é um espetáculo de destruição insensível que quase convence
No fim das contas, Havoc é um daqueles filmes que você assiste para ver corpos voando, sangue respingando e não pensar muito. E nisso, ele cumpre sua função. Não tem alma, mas tem energia. Não tem história, mas tem estilo. É o tipo de filme que parece ter sido feito para ser assistido enquanto você está com febre e quer algo barulhento piscando na tela.
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