[Crítica] Army of the Dead: Invasão em Las Vegas

O filme prometeu demais e entregou de menos? Mais um filme genérico da Netflix que será esquecido até o próximo fim de semana?

Army of the Dead: Invasão em Las Vegas teve uma grande divulgação (pelo menos pelas redes sociais) e pode ter sofrido do que outros filme já sofreram: o que foi vendido através dos trailers é realmente a melhor parte do filme.

AVISO DE SPOILERS A FRENTE

Quando foi anunciado Army of the Dead: Invasão em Las Vegas concentrou-se em anunciar como “a volta de Zack Snyder ao gênero que lhe tornou conhecido”, o diretor teve um ótimo cartão de visitas graças ao excelente Madrugada dos Mortos de 2004. Assim ele finalmente estaria criando algo fora do universo DC, e após anos trabalhando em Liga da Justiça, este novo filme poderia ser a chance dos fãs o verem em ação novamente sem o peso do universo dos heróis e podendo soltar sua criatividade com um roteiro original.

Então Army of the Dead: Invasão em Las Vegas é um filme de Snyder e vários pontos provam isso, mas infelizmente o filme sofre de alguns problemas que deixam o mesmo com um “poderia ter sido melhor”.

Uma história questionável

O roteiro do filme é inicialmente uma história interessante, mas que ao passar das longas 2 horas e meia, mostram que os desfechos são rasos e apressados, além que este é um filme que tenta se levar a sério a todo momento, mas ao mesmo tempo tenta ser um típico filme de ação frenética com balas voando e coisas explodindo. É algum gore. São gastos uns 50 min de prólogo para mostrar uma interação entre os personagens, mas não conseguimos gostar de ninguém por completo. Quero mencionar ainda que sei que o diretor não pretendia levar tão a serio a história já que logo de início ele mostra uma possível origem alienígena da infestação.

Vemos Dave Bautista dar seu melhor para interpretar o típico brucutu parrudo (pescador parrudo é você?) com problemas pessoais e que acaba se envolvendo em uma missão que pode ser a solução. Sua interpretação é convincente e vemos que ele está preparado para outros filmes fora do papel do Drax, da Marvel, mas infelizmente o roteiro não auxilia a termos alguma empatia pelo personagem dele. Também incomoda o fato que todos demais personagens são genéricos, uma filha com problemas com o pais que ninguém sabe quais são, um milionário que quer algo que não é o que diz que é, um nerd estranho estereotipado, um típico soldado que só quer explodir coisas, um maluco com frases religiosas feitas para dar algum tipo de profundidade em algumas cenas mas que acaba só sendo chato mesmo, e fora claro, o cara que entrou do nada no grupo se parecendo bonzinho… até de mais… e que esta na cara que irá trair todo mundo e se lascar uma hora, todos tão rasos como a história.

[Crítica] Army of the Dead: Invasão em Las Vegas 3

 

A história realmente tem seus pontos interessantes mas que não são bem explorados, os zumbis alfa mais inteligente e ágeis faz com que os primeiros momentos do filme prenda a atenção, onde nos deixa querendo ver o que pode ocorrer ao desenrolar, mas se perdem na história, assim como qualquer outra coisa que possa lhe interessar do roteiro.

No quesito qualidade, posso falar que os efeitos especiais são o ponto alto, mas em um filme de ação esperamos ver ação, ai tudo desanda. Também muitas partes de boa caracterização da cidade de Las Vegas e uma caracterização interessante dos zumbis.

História com alguns excessos

A história do filme realmente possui seus pontos interessantes, vemos um comboio de soldados logo de início que levam o que parece ser uma arma biológica, mas que após um acidente escapa e começa a zumbificar todos a sua frente, e ela acaba se alojando em Las Vegas que teve de ser isolada totalmente do mundo com uma barricada, mas que para solucionar de vez o problema, a única opção do governo é explodir toda cidade com uma arma atômica. Só que antes que isso ocorra um grupo de mercenários deve invadir um casino e pegar todo dinheiro que foi abandonado lá antes da evacuação da cidade.

O maior excesso acho que começa quando se adiciona as histórias paralelas, um pai com problema com a filha, que a quer proteger mas acaba a levando junto ao pior lugar do mundo para se estar, essa mesma filha com uma motivação no mínimo controversa de entrar no pior lugar do mundo com nenhum tipo de preparo para salvar pessoas que mal conhece. Soldados que não querem estar ali, mas vão pelo desafio e pela grana claro… O traidor que não consegue entrar lá sozinho, mas vai abandona todos para voltar sozinho após entrar… o milionário que não quer a grana que pediu para pegarem, e sim o sangue do zumbi alfa, para vender para o governo… governo esse que estava com o alfa original e certamente deve ter litros de sangue dele armazenado. E falando do alfa, uma espécie de zumbi inteligente altamente resistente, capaz de organizar estratégias e usa uma armadura e que fez uma espécie de seita em volta de um filho zumbi que iria ter com outra alfa… detalhe para o momento de adoração ao filho morto…Snyder adora bebês zumbis.

[Crítica] Army of the Dead: Invasão em Las Vegas 4

Esquadrão “suicida” do Snyder

Sinto que se fossem simplesmente nomeados de “mutantes” e não zumbis, os “monstros” se encaixariam melhor na trama, talvez não por serem mais fortes ou inteligentes que os zumbis padrões de outros filmes, já que vimos em Guerra Mundial Z que zumbis super ágeis e fortes podem ser extremamente interessantes, mas os inimigos deste filme são algo mais próximos aos inimigos de Eu sou a Lenda, que formam uma especie de sociedade.

Conclusão

Ao ir ver Army of the Dead: Invasão em Las Vegas aviso uma coisa. Desligue seu cérebro e não espere muitas respostas. Com uma premissa até interessante, mas que se perde no decorrer da história.  Entrega até umas cenas de ação relativamente boas em um cenário apocalíptico bonito e bem elaborado.

O filme poderia ser um filme muito melhor se tivesse focado em ser um filme de ação com objetivo claro de gente matando zumbi, e tivesse menos tempo de duração para não ser tão maçante. Deixou assim o gostinho de “poderia ser melhor”. Bom, de praxe deixou uma gancho para uma possível continuação. Se fazer dim dim como está acho que vai ter, já que no momento que estava escrevendo esta crítica o filme já estava entre os 9 mais assistidos da Netflix.

 

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  • Avatar de João Fagner João Fagner disse:

    Gostei da crítica, mas o filme em minha humilde opinião é bem ME para não dizer bosta. O engraçado é que o zumbi inteligente (The Boss with helmet) usa um capacete para poder não levar um tiro na cabeça, o que parece funcionar muito bem … mas muito bem mesmo. Já que ninguém consegue dar um tiro no joelho, peito, braço, mãos, pés e bunda ou usar uma granada de mão no cara …. sério todo mundo atira só na cabeça e nem para acertar em um olho, parece até que todos no filme usam um cheat de headshot e só podem atirar em cabeças de zumbis.

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