Diretor de Ghost in the Shell Detona “Correção Política” nos Games e Animes: “Nem Dá Mais pra Dizer Que Alguém É Bonito”
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Mamoru Oshii, lendário diretor de Ghost in the Shell, decidiu sair do silêncio contemplativo dos estúdios de animação e disparar uma saraivada de críticas contra o que ele vê como o grande vilão do entretenimento moderno: a correção política. Segundo ele, o conceito até pode ter nascido de boas intenções — mas como dizem por aí, o inferno está pavimentado de boas intenções e, aparentemente, também de personagens que “não podem ser bonitos demais”.

A crítica filosófica (ou nem tanto)
Durante uma de suas colunas mensais intitulada That Thing from That Movie, What Was It Again? (Sim, esse é o nome real), Oshii resolveu fazer o que todo veterano do setor eventualmente faz: reclamar. E reclamar muito.
Segundo o diretor, a correção política, que começou como uma forma de dar espaço aos grupos socialmente vulneráveis, teria se transformado em uma máquina de privilégios e censura estética. “Hoje, você não pode nem dizer que alguém é bonito ou feio sem ser acusado de discriminação”, disse ele, talvez frustrado por não poder mais elogiar a Major Kusanagi sem uma nota de rodapé explicando sua intenção artística.

Games, animes e a “tirania do feio”
Oshii não parou por aí. Com sua mira agora voltada para a indústria dos games, ele denunciou que empresas estão sendo pressionadas por consultorias — como a notória Sweet Baby Inc. — a pagar “milhões de dólares” para adequar narrativas a agendas inclusivas.
“Jogadores querem personagens bonitos ou fofos. Eu também quero! Então por que precisamos incluir personagens feios?!”
Uma pergunta que, segundo ele, resume bem a tragédia grega moderna do entretenimento.

“Aspiração” é a nova palavra proibida
O cineasta foi além, afirmando que o entretenimento é, acima de tudo, construído sobre aspiração — aquele ideal inatingível que faz os olhos brilharem e o público suspirar. Em sua opinião, ao remover esse componente, a indústria estaria arrancando justamente o que a torna mágica.
“Jogos ocidentais ficaram terríveis. E tudo por causa da correção política.”
E lá se vai mais uma franquia na mira do radar do mestre Oshii. Alguma surpresa?
Quando a Disney entra na história…
Como bom crítico da atualidade, Oshii não poderia deixar de cutucar a Disney. Para ele, a falha retumbante do live-action de Branca de Neve é mais um exemplo do uso deturpado de clássicos como veículo para discursos modernos.
“Contos de fadas existem para serem reinterpretados. Mas usar essas reinterpretações como plataforma política? Aí é outra história.”
Ele ainda menciona que já adaptou Chapeuzinho Vermelho várias vezes — sem transformar o Lobo Mau em porta-voz de campanha social, diga-se de passagem.

“Quero jogar, não ser doutrinado”
E para fechar com chave de ouro (ou um suspiro entediado), Oshii relembra o filme Dragon Quest: Your Story de 2019, que tentou ser meta, mas virou um tapa na cara do escapismo.
“As pessoas jogam pra fugir da realidade. Se é pra fugir, é claro que você quer ver garotas bonitas! Por que eu pagaria pra ser palestrado?!”
Uma pergunta retórica que pode ou não ter sido feita enquanto ele assistia a um remake com elenco diverso e suspirava por 1995.
O que sobra disso tudo?
No fim das contas, Oshii parece dizer em alto e bom tom: a fantasia perdeu seu brilho — ou ao menos seu contorno estético idealizado. A discussão pode (e deve) continuar, mas uma coisa é certa: o diretor de Ghost in the Shell ainda sabe como provocar, mesmo quase 30 anos depois de nos apresentar uma das maiores heroínas da ficção científica.
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Fonte: boundingintocomics
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