Índice
- 10. Romance de Desenvolvimento Lento: Porque Amor Não é Ataque Especial
- 09. Protagonistas Moralmente Duvidosos: Nem Todo Herói Usa Faixa na Testa
- 08. Momentos de Calmaria Entre as Batalhas: Deixe os Heróis Respirarem!
- 07. Narradores Não Confiáveis: Verdade? Só Se For em Flashback
- 06. Lutas Mentais e Jogos Psicológicos: Xadrez > Explosões
- 05. Consequências Reais: Quem Morre, Fica Morto (Sim, Estamos Olhando Pra Você, Dragon Ball)
- 04. Desenvolvimento do Elenco Secundário: Eles Merecem Também!
- 03. Mudanças de Gênero Entre Arcos: Variedade É o Tempero da Vida
- 02. Poder Sutil: Nem Tudo Precisa Brilhar no Escuro
- 01. Vilões Que Vencem: Porque Nem Toda História Precisa de Final Feliz
- Conclusão: O Shonen Pode Ser Muito Mais (E Ainda Ter Porradaria)
Ah, o bom e velho shonen. Onde gritos aumentam o poder, vilões são redimidos com um discurso de 30 segundos e personagens ficam mais fortes só porque “acreditaram no próprio potencial”. Nós amamos, é claro — quem nunca vibrou com um Kamehameha ou chorou com o discurso do Naruto sobre empatia? Mas sejamos sinceros: o gênero está precisando de um power-up narrativo.
Enquanto o shonen repete as mesmas fórmulas (amizade, esforço, vitória, repita), outros gêneros estão lá fora, fazendo marabalismos emocionais, filosóficos e criativos. Chegou a hora de o shonen abrir o portão do multiverso e pegar emprestado alguns clichês alheios. Não para mudar sua essência, mas para enriquecer suas histórias — e salvar a gente de mais um arco de treinamento que dura seis episódios e só ensina a levantar uma pedra.
Prepare-se para um crossover de ideias! Aqui vão 10 tropos que o shonen deveria roubar descaradamente de outros gêneros.
10. Romance de Desenvolvimento Lento: Porque Amor Não é Ataque Especial
Quantas vezes você viu o protagonista shonen corar ao olhar para a garota do grupo… e nunca mais falar disso? O romance em shonen é tipo um easter egg: você sabe que tá lá, mas boa sorte encontrando um desenvolvimento decente.
Já no shojo? Ah, meu amigo. É tensão, é toque acidental, é declaração de amor no último episódio que te deixa em posição fetal no chão. Um romance de desenvolvimento lento, onde os sentimentos crescem com o tempo e têm impacto real, daria uma nova camada emocional para qualquer anime de porrada.
Em vez de um “eu te amo” gritado enquanto o mundo explode, que tal vermos o protagonista se apaixonar aos poucos, entre uma missão e outra? Aposto que até o Zoro derrubaria uma lágrima (e ainda assim negaria com a cara mais fechada do mundo).
09. Protagonistas Moralmente Duvidosos: Nem Todo Herói Usa Faixa na Testa
Chega de protagonistas que são basicamente santos com cabelo espetado. Vamos trazer um pouco de conflito interno, de decisões difíceis, de “talvez salvar o mundo custe a minha humanidade”.
Se o Eren Yeager te ensinou alguma coisa, é que um protagonista com dilemas morais profundos pode transformar uma história comum em um épico psicológico. Quando o herói começa a fazer escolhas questionáveis, a narrativa ganha complexidade — e o espectador, novas rugas de preocupação.
Imagine o Luffy enfrentando um dilema onde salvar sua tripulação significaria sacrificar uma ilha inteira. Essa tensão daria um gostinho seinen ao nosso querido shonen.
08. Momentos de Calmaria Entre as Batalhas: Deixe os Heróis Respirarem!
Sim, adoramos ver o time 7 enfrentando o vilão da semana. Mas e se, por um episódio, eles só… cozinhassem juntos? Um jantar entre amigos pode revelar tanto (ou mais) sobre os personagens quanto uma luta de vida ou morte.
Momentos de Calmaria nos ensina que as pequenas interações do dia a dia são ouro puro para o desenvolvimento de personagens. Aquele episódio “filler” da viagem à praia? Pode virar o favorito da galera se bem escrito.
Momentos de calma não precisam ser apenas um preenchimento. Eles podem destacar amizades ou revelar traços sutis de caráter que nunca aparecem em uma briga. Animes do tipo slice-of-life, como Nichijou, às vezes fazem isso com episódios de festivais escolares, e costumam ser os favoritos dos fãs. Ao se inspirar na narrativa do tipo slice-of-life, os animes shōnen podem dar ao elenco uma sensação de mais vida e intensificar a ação quando ela retorna.
Naruto lavando roupa com o Sasuke. Goku tentando entender como funciona um mercado. Isso é conteúdo premium, senhoras e senhores.
07. Narradores Não Confiáveis: Verdade? Só Se For em Flashback
A maioria dos shonen segue uma linha narrativa clara e direta: sabemos quem é bom, quem é mau e o que está acontecendo. Mas imagine um anime onde o protagonista acha que é o herói, mas talvez seja só um peão em algo maior?
Serial Experiments Lain fez isso com maestria, e seria incrível ver algo assim em um shonen: memórias confusas, versões conflitantes dos mesmos eventos e aquela dúvida constante de “em quem eu posso confiar?”. O espectador vira detetive, e o anime vira uma experiência investigativa.
Em Serial Experiments Lain sua versão dos eventos não é confiável, visto que ela frequentemente tem alucinações. Esse tipo de enquadramento pode criar revelações surpreendentes e aprofundar os arcos dos personagens. Isso também sugere reassistir e reinterpretar, à medida que os espectadores buscam pistas que perderam inicialmente. A verdade pode ser confusa, e deixar o público descobri-la junto com os personagens mantém as coisas interessantes.
06. Lutas Mentais e Jogos Psicológicos: Xadrez > Explosões
Shonen adora mostrar força bruta. Mas e se a verdadeira luta for de inteligência? Death Note provou que uma troca de olhares e frases calculadas pode ser tão tensa quanto qualquer batalha de espadas.
Em vez de aumentar o ki até explodir o planeta, que tal o protagonista vencer usando estratégia, manipulação ou leitura emocional do inimigo? E quem sabe um pouco de xadrez mental? Literal ou figurado.
Adicionar mais tensão psicológica aumentaria os riscos sem a necessidade de aumentar os níveis de poder indefinidamente. Uma estratégia bem planejada pode ser tão emocionante quanto uma disputa por poder. Quando os personagens pensam em situações impossíveis, isso demonstra que a inteligência importa tanto quanto a força.
Nem todo protagonista shōnen precisa ser um gênio, mas dar mais espaço para táticas inteligentes poderia renovar o gênero.
05. Consequências Reais: Quem Morre, Fica Morto (Sim, Estamos Olhando Pra Você, Dragon Ball)
Nada tira mais o peso de uma morte do que saber que o personagem volta no próximo arco. Que tal assumir as consequências com seriedade?
Fullmetal Alchemist: Brotherhood mostrou como perdas permanentes impactam não só os personagens, mas toda a narrativa. Quando algo se vai de verdade, cada decisão pesa mais. Queremos um shonen onde o protagonista perde algo — um poder, um amigo, uma parte de si — e aquilo molda quem ele é dali pra frente.
04. Desenvolvimento do Elenco Secundário: Eles Merecem Também!
Todo mundo ama o protagonista. Mas e aquele coadjuvante que aparece em todos os episódios e só serve pra dar uma frase de efeito? Tá na hora dele brilhar.
Assassination Classroom deu desenvolvimento a cada aluno da sala 3-E — e isso fez cada um deles ser lembrado com carinho. Um bom elenco secundário é o que separa um anime bom de um anime inesquecível. Dá uma chance pro cara do fundo da sala, shonen!
03. Mudanças de Gênero Entre Arcos: Variedade É o Tempero da Vida
E se, em vez de lutas, o próximo arco fosse um mistério com elementos sobrenaturais? Ou um drama romântico? Quem disse que um shonen precisa ser 100% luta o tempo todo?
Mushishi muda completamente de tom a cada episódio, e isso o torna único. Um shonen que se permite experimentar novos gêneros dentro da própria história quebra expectativas e mantém tudo fresco e imprevisível.
Cada episódio muda o cenário e a localização, com Ginko viajando para diferentes cidades para lidar com seres sobrenaturais. Imagine um arco de anime onde os personagens estão presos em uma trama policial, seguido por um arco de sobrevivência com elementos de terror. Isso não significa perder a identidade da série, apenas expandir suas ferramentas.
A variedade mantém as séries longas interessantes e evita que a escalada de poder seja a única maneira de aumentar os riscos. Isso também permite que os personagens mostrem diferentes lados de si mesmos em novos ambientes.
02. Poder Sutil: Nem Tudo Precisa Brilhar no Escuro
A luta mais tensa de Samurai Champloo é decidida em três movimentos. Sem explosão, sem grito, só técnica e silêncio.
Imagina um shonen onde o lutador mais poderoso é o que nunca precisa mostrar todo seu poder? Esse tipo de construção traz elegância, mistério e respeitabilidade ao personagem — e cansa menos nossos olhos do que lutas que parecem clipes da Imagine Dragons.
Essa contenção pode fazer com que o poder pareça ainda mais impressionante. Quando um personagem não precisa se exibir, isso sugere maestria total. Alguns animes modernos, como Jujutsu Kaisen, exploram essa ideia, mas ainda é raro. Tomar emprestado esse tropo ofereceria contraste visual e um impacto mais profundo. Isso diz ao público que a verdadeira força nem sempre reside em fazer, mas naquilo que se evita fazer às vezes.
01. Vilões Que Vencem: Porque Nem Toda História Precisa de Final Feliz
Às vezes, o vilão deveria vencer. Porque o mundo é injusto. Porque o herói falhou. Porque a narrativa precisa nos dar aquele soco emocional.
Akudama Drive termina com uma vitória amarga, mas memorável. Quando tudo termina bem demais, o público esquece rápido. Mas uma derrota bem construída pode marcar para sempre.
Um herói pode conseguir deter a ameaça, mas perder tudo no processo. Ou o vilão pode escapar da justiça e assombrar a próxima geração.
Akudama Drive não oferece um triunfo clássico do bem sobre o mal. Em vez disso, o anime mostra como sistemas corruptos muitas vezes só podem ser desafiados por meio de sacrifício.Deixar os vilões vencerem de vez em quando não arruína a história, mas aumenta os riscos. Quando todos os conflitos terminam da mesma forma, o público para de se preocupar. Se a derrota está em jogo, cada luta importa mais.
Um final agridoce pode deixar uma impressão mais forte do que uma vitória perfeita.
Conclusão: O Shonen Pode Ser Muito Mais (E Ainda Ter Porradaria)
Ninguém está dizendo que o shonen tem que virar um drama existencial sobre a solidão urbana. Mas um pouco de ousadia nunca fez mal a ninguém. Esses tropos, quando usados com carinho e criatividade, podem levar o gênero a novas alturas sem abandonar suas raízes.
Então, da próxima vez que o protagonista estiver prestes a desbloquear o Ultra Instinto Cósmico 7, por que não deixá-lo… escrever uma carta de amor antes?
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