Chega de multiverso: Homem-Aranha prova que esse conceito já cansou
Um dos melhores aspectos do Homem-Aranha é como o leitor pode se identificar facilmente com o herói. Apesar dos super-poderes, Peter Parker e Miles Morales lidam com problemas típicos do dia a dia, desde falta de dinheiro, até problemas na escola, ou faculdade. Infelizmente, a utilização exacerbada do multiverso nas histórias do cabeça de teia prejudicam essa questão.
As histórias do Aranhaverso têm levado o herói a cruzar diferentes dimensões e encontrar inúmeras variantes multiversais. Isso se tornou um conceito popular, mas agora está prejudicando os aspectos principais da franquia.
A abundância de histórias multiversais e a presença de várias versões do Homem-Aranha estão afastando a propriedade do rumo que deveria seguir.
Além disso, Peter Parker tem recebido menos atenção, mesmo que muitas dessas variantes simplesmente copiem elementos dele. Neste ponto, é um truque que já foi usado demais, e as histórias do Homem-Aranha seriam melhores se voltassem às origens.
Excesso de multiverso
A primeira história do Aranhaverso aconteceu de 2014 a 2015, e foi um grande sucesso.
Além do Peter Parker do universo 616 e do Miles Morales do universo Ultimate, apareceram outros clássicos Homens-Aranha alternativos, como o futurista Homem-Aranha 2099, o detetive Homem-Aranha Noir e a agora incrivelmente popular Spider-Gwen/Ghost Spider.
A trama estabeleceu conexões interessantes entre esses Homens-Aranha, e isso fazia sentido até certo ponto.
Afinal, o Homem-Aranha sempre foi a franquia de quadrinhos mais proeminente da Marvel, ao lado dos X-Men, então podia justificar ter vários títulos e personagens derivados.
As histórias do Aranhaverso continuaram, mas em certo momento, o truque que já foi quente parecia apenas ser um truque sem significado.
O principal problema é que elas não se encaixavam necessariamente com a essência da história do Homem-Aranha.
O Homem-Aranha é conhecido por ser um herói de nível de rua da Marvel, e isso se estende à sua abordagem. Vilões como o alienígena simbionte Venom deveriam ser muito “fora do normal” para ele enfrentar.
Fazer coisas muito fantasiosas tiraria o foco da natureza mais realista e identificável do Peter. Na verdade, foi exatamente por isso que muitos fãs (e até os roteiristas da história) tiveram problemas com a infame Saga do Clone.
Ela envolvia um vilão chamado Judas Traveller, que aparentemente era um ser divino que queria estudar a natureza do mal. Seus poderes aparentes e escala não combinavam com o Homem-Aranha, e essa bobagem cósmica só contribuiu para a falta de direção daquela história.
Com apenas mais um filme animado do Aranhaverso a caminho, é hora dos quadrinhos encerrarem essas histórias por um tempo.
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