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A Collider parece ter escolhido um lado definitivo na crescente divisão entre crítica especializada e público. Em vez de investigar as razões pelas quais tantos fãs expressam insatisfação com a segunda temporada de The Last of Us, o site optou por deslegitimar essas vozes, chamando-as de trolls e até sugerindo que alguns “deveriam perder o direito de estar na internet”.
️ Sim, você leu certo. É o que consta no texto de Rahul Malhotra, publicado como se fosse uma reportagem, mas sem nenhuma identificação de ser opinião ou editorial — o que levanta sérias questões sobre integridade jornalística.
Crítica Virou “Trollagem”? A Nova Regra do Jogo
No texto, Malhotra se refere a críticas negativas como review bombing e afirma:
“Está na hora de algumas pessoas perderem o privilégio de estar na internet.”
Ainda que isso possa soar como uma frase em tom de brincadeira, o autor não faz esforço algum para esclarecer ou contextualizar — o que é preocupante num cenário onde divergência virou motivo para censura moral disfarçada de jornalismo.
O Roteiro Repetido da Imprensa de Acesso
Collider segue o mesmo padrão visto em outros momentos polêmicos da cultura pop:
- Desqualificar críticas legítimas como ataques coordenados;
- Relacionar qualquer desconforto narrativo a “ódio político”;
- E, principalmente, evitar lidar com a substância da crítica.
Não gostou da morte precoce de Joel? Troll.
Achou a mudança de tom brusca? Troll.
Não se conectou com Bella Ramsey como Ellie? Troll.
Essa é a linha de argumentação — rasteira e simplista — adotada como escudo contra qualquer tipo de discussão construtiva.
Espectadores Não São Vilões
A falha não está nos jogadores, nem nos fãs. Está em uma cobertura de entretenimento que abandonou a análise para adotar posições ideológicas como padrão editorial.
A diferença entre crítica e audiência grita por si só:
- The Last of Us S2 tem 96% de aprovação da crítica no Rotten Tomatoes
- E apenas 51% do público aprova a nova temporada
Uma lacuna tão gritante deveria ser um convite ao questionamento, mas Collider prefere apontar o dedo ao público, reforçando a arrogância que tem afastado cada vez mais as audiências dos veículos que antes as representavam.
A Nova Função da Mídia Nerd: Silenciar, Não Representar
O que vemos aqui não é novo. Muitos veículos — outrora aliados dos fãs — passaram a agir como porta-vozes não oficiais de estúdios, defendendo propriedades bilionárias enquanto repreendem quem ousa criticar.
Grace Randolph, uma das vozes mais conhecidas da crítica pop, chegou a dizer que “não gostou de um episódio”, mas que não comentaria por “não querer criticar um ator”. Esse é o novo normal? Ser passivo, elogiar e proteger?
O público não quer ódio, mas sim respeito por sua inteligência emocional. Fãs se conectaram com Joel, com Ellie, com a jornada. Não é difícil entender o porquê do desconforto com mudanças drásticas — o difícil parece ser encontrar quem ainda queira escutar.
Opinião Travestida de Notícia?
O texto publicado pela Collider não possui nenhuma indicação de ser uma opinião pessoal, sendo tratado como se fosse notícia imparcial. Isso levanta uma questão fundamental:
✍️ Quando veículos de mídia passam a rotular toda crítica como ataque, e toda discordância como “intolerância”, o que resta da crítica cultural?
Conclusão: A Crítica Que Não Aceita Ser Criticada
Não estamos diante de uma “review bombing” coordenada. Estamos diante de uma decepção coletiva. E se veículos como a Collider preferem tratar fãs como “trolls” em vez de ouvirem o que têm a dizer, talvez o problema não esteja com o público.
Se querem defender a visão dos criadores, ótimo. Mas que não se vendam como jornalismo — porque isso é militância editorial travestida de reportagem.
E você?
O que acha da postura da Collider ao tratar os fãs insatisfeitos como trolls? Já teve sua crítica deslegitimada só por não concordar com a maioria?
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Fonte: Collider
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